Covid-19: Número de casos cresce 63% em 15 dias na Baixada Santista

A região tem hoje 45 mortes e 1.033 doentes para cada 100 mil habitantes

Por: Nathália de Alcantara & Da Redação &  -  23/06/20  -  11:49
4.205 pessoas morreram da doença no Brasil
4.205 pessoas morreram da doença no Brasil   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Nos últimos 15 dias (entre 8 e 22 de junho), o número de mortes causadas por coronavírus na Baixada Santista aumentou 67,89%. Já a quantidade de pessoas contaminadas teve um crescimento de 63,94%. Os números representam, a região tem hoje 45 mortes e 1.033 doentes para cada 100 mil habitantes.


Santos teve o maior aumento no número de casos no período de 15 dias, num total de 3.019, passando de 4.793 para 7.812 pessoas doentes. Com relação às mortes, a Cidade também aparece na frente, com 124 óbitos no mesmo período (saltando de 188 para 312).


Em número de casos, depois aparecem Guarujá (1.013 casos), Cubatão (940). As duas cidades também empatam em segundo lugar com maior número de mortes em 15 dias, sendo 43 óbitos.
Para o infectologista Marcos Caseiro, estamos em um período de transição, liberando a praia e reabrindo shoppings.


“Até concordo que as pessoas devam tomar sol, porque faz bem para a saúde. É preciso estar de máscara e evitar aglomeração. Mas a questão dos shoppings será determinante. Podemos ter uma multidão indo às compras, como aconteceu em outras cidades. É algo para se avaliar e devemos acompanhar os números”.


Segundo ele, um grupo específico tem se contaminado na Baixada Santista. 
“Os mais jovens estão se expondo mais, mas morrem menos. Os idosos são o maior grupo de risco e não podem se expor. Os leitos dos hospitais particulares estão quase lotados e os idosos são maioria”.


Flexibilização


O também infectologista Evaldo Stanislau explica que o prazo é de 15 dias depois da flexibilização do funcionamento de comércio e outros setores para observar se haverá um aumento significativo no número de casos e mortes.


“De certa maneira, as pessoas já estavam abandonando o isolamento social. Ainda não temos como saber se já estamos no pico da doença, então devemos manter hábitos como a higienização das mãos e isolamento social”.


Além da multa


Sobre o uso da máscara, o especialista pede que as pessoas usem não só com medo de tomar multa, mas também para se proteger e garantir a saúde das outras pessoas.


“É importante manter nariz e boca sempre protegidos e não colocar a mão nela enquanto estiver usando. O uso da máscara deve ser visto como o de um preservativo. Com tudo o que vivemos e aprendemos com o HIV, as pessoas ainda não usam e se colocam em risco. É a mesma coisa”.


Já o infectologista Jacyr Pasternak lembra que 85% das pessoas que se infectam não têm sintomas ou sentem menos a presença da doença. Ou seja, sequer precisam de internação.


“Hoje, temos um patamar seguro de internações e isso é muito enganoso. Da noite para o dia, podemos ter uma explosão na taxa de ocupação e não temos o que fazer”.


Ele alerta ainda que, apesar da flexibilização que tem sido feita, as pessoas devem se manter em casa. “Estão fazendo um grande teste, mas o problema é que, caso dê errado, pagaremos com vidas”.


Região passa dos 19 mil casos de coronavírus com 760 doentes em 24h


A Baixada Santista passou dos 19 mil casos de coronavírus na segunda-feira (22). Já são 844 mortos. Em 24h, foram confirmados 760 doentes e 27 óbitos causados pela doença.


Logo A Tribuna
Newsletter