Covid-19: Litoral Sul irá recorrer ao Estado para obter mais leitos

Estrutura regional de Saúde não será suficiente para absorver essa demanda, afirma o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  01/05/20  -  22:05
O Hospital Regional Jorge Rossmann, única unidade de referência no Litoral Sul, tem 10 leitos de UTI
O Hospital Regional Jorge Rossmann, única unidade de referência no Litoral Sul, tem 10 leitos de UTI   Foto: Walter Mello/Arquivo/AT

Com defasagem de leitos de UTI e de respiradores artificiais para atender os mais de 250 mil habitantes, as cidades do Litoral Sul recorrem ao Estado e Governo Federal para ampliar a oferta. Em meio à escalada do novo coronavírus, pacientes com casos suspeitos ou confirmados aguardam vaga. Deputados estaduais da região afirmam atuar para amenizar o problema.


O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), alerta que a atual estrutura regional não será suficiente para absorver as cidades mais ao sul da Baixada Santista. Isso já contando com os hospitais de campanha, erguidos recentemente para o aumento previsto da demanda. 


“Praia Grande conta com 240 leitos (de enfermaria) e não vai suportar a região Sul. Aprovamos um plano de ação regional para investimentos e ampliação de leitos e suporte de UTI”. A Cidade tem ainda outras 40 vagas de tratamento intensivo. Contudo, a região tem um deficit de 137 respiradores artificiais.


Única unidade de referência naquela região, o Hospital Regional de Itanhaém conta com apenas 10 leitos de UTI – o complexo é de administração do Estado. Como alternativa, os pacientes são direcionados a outras cidades, por meio da central de regulação do Estado.


Gravidade


O prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB), reconhece a gravidade da situação e cobra auxílio da gestão de João Doria (PSDB) para equipar o Hospital de Itanhaém e nas demais unidades da região. 


“Estamos transformando nosso prédio da maternidade em hospital de campanha. Ali, teremos mais seis leitos. Precisamos da ajuda do Governo do Estado para adquirir respiradores e equipamentos”.


O prefeito de Itanhaém, Marco Aurélio (PSDB), cobra o aumento de, pelo menos, 10 leitos UTI para atender a demanda pelo novo coronavírus. Ele editou um decreto que obriga o Hospital Regional de prestar informações diárias, tendo que notificar os casos de internações de pacientes suspeitos ou confirmados pelo Covid-19 à Secretaria Municipal de Saúde. Também a quantidade de leitos e o percentual ofertados e ocupados por pacientes com o coronavírus. 


Já o prefeito de Mongaguá, Márcio Gomes, faz coro ao pedido regional de ampliação de leitos e de respiradores artificiais no litoral Sul. Ele afirma, contudo, que a situação na cidade está dentro do controle e que as ações regionais têm o objetivo de evitar o colapso na Saúde. 


A Secretaria de Saúde estadual afirma que os mais de mil leitos dos hospitais do Estado estão 70% ocupados, no caso de UTI, e 60%, gerais. Esses leitos estão em cinco unidades: Emílio Ribas II, em Guarujá, Hospital Regional de Itanhaém, Irmã Dulce, em Praia Grande, Estivadores e Guilherme Álvaro, em Santos.


Lembra, ainda, que a internação só é indicada em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).


Deputados afirmam priorizar esforços


Os deputados estaduais da região dizem priorizar esforços para destinar recursos ao combate da covid-19 na Baixada Santista.


Na quarta (29 de abril), o deputado estadual Kenny Mendes (Progressistas) encaminhou ao secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o pleito de mais respiradores. Também para que um hospital estadual se torne referência no enfrentamento da covid-19 na região. 


Kenny, que testou positivo para o novo coronavírus, já havia destinado emenda de R$ 300 mil para auxílio no hotel que atende médicos, em Santos; e emenda de R$ 150 mil para aquisição de 450 mil máscaras para as equipes de saúde. 


O deputado Caio França (PSB) sustenta cobrar regularmente o Estado para melhor equipar os hospitais regionais. “Temos problemas com falta de leitos desde antes da epidemia”.


Ele é autor de uma emenda para que a Alesp reduza custos de manutenção e folha de pagamento. Pelos cálculos da Casa, essa ação geraria economia de R$ 320 milhões em seis meses. “Esses recursos devem ser encaminhados aos municípios numa conta per capita”.


Luta pela vida


O também parlamentar Paulo Corrêa Júnior (DEM) diz manter diálogo com o vice-governador Rodrigo Garcia, do mesmo partido, para ter um olhar diferente à região. “Em paralelo, até o dia 7 (de maio) as emendas impositivas, de R$ 2 milhões para a Baixada, serão liberadas, auxiliando na luta pela vida”.


O deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) informa que vai cobrar a compra de novos respiradores e a criação de leitos de UTI tanto do Estado quanto do Governo Federal. “É preciso ter um olhar diferenciado para a região na distribuição desses equipamentos”. 


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