Coronavírus: Pacientes assintomáticos merecem atenção na luta contra a doença

Pessoas que não apresentam sintomas podem transmitir o vírus sem saber

Por: Júnior Batista  -  24/05/20  -  16:21
Atualmente, Baixada Santista está na fase laranja do Plano São Paulo
Atualmente, Baixada Santista está na fase laranja do Plano São Paulo   Foto: Matheus Tagé/AT

O novo coronavírus trouxe diversas mudanças ao nosso dia a dia. Uma das principais foi o fim dos abraços, beijos e cumprimentos com as mãos, além da necessidade de utilizar máscaras ao sair de casa. Tamanha precaução tem justificativa: estima-se que dois terços daqueles que contraem a Covid-19 não apresentam sintomas ou percebem manifestações muito leves da doença, parecidas com as de um resfriado. Por tudo isso e muito mais, os chamados assintomáticos merecem atenção.


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A estimativa mencionada acima foi feita pela equipe do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e leva o setor da Saúde a um cenário preocupante. Os assintomáticos transmitem a doença, ainda que de forma menos impactante.


Segundo o médico infectologista, Leonardo Weissmann, que também é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), não se sabe, com exatidão, a frequência destes casos na população. Consultadas, a maioria das prefeituras da região também não possui esses números.


Guarujá informou em um dos últimos balanços divulgados pela Administração Municipal, na quinta-feira, que 32 das 584 pessoas com casos confirmados da doença na Cidade até então não apresentaram sintomas. Em Bertioga, até a última quarta-feira, um morador se encaixou no mesmo quadro.


“Contudo, mesmo assintomáticos, esses indivíduos transmitem o vírus. Por este motivo, recomenda-se o uso de máscaras de proteção respiratória a todas as pessoas. Pesquisas estão sendo feitas ao redor do mundo para compreender melhor o que acontece com as pessoas que não têm sintomas. A situação ainda é um grande desafio a ser desvendado”.


Transmissão


Weissmann explica que, por não tossir nem espirrar, os assintomáticos têm menor capacidade de transmissão. Além disso, estudos demonstraram maior presença de vírus no sistema respiratório superior logo após o início dos sintomas. O tempo de transmissão, por sua vez, ainda é incerto.


“Da mesma forma, também há muito a ser estudado daqui para frente sobre a resposta imunológica do organismo ao novo coronavírus. Não se sabe o tempo exato é necessário para que anticorpos sejam detectados no sangue de pessoas infectadas por ele”.


Para o médico infectologista, é importante destacar que ainda não se pode afirmar que pessoas com anticorpos estejam imunes ao vírus. “São necessários mais estudos para responder a esta dúvida de milhões de pessoas ao redor do mundo”.


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