Conheça em detalhes o plano de vacinação no Estado de São Paulo

Para garantir a segurança da distribuição de dois milhões de doses por semana às cidades paulistas, haverá suporte da Polícia Militar

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  12/01/21  -  10:16
Atualizado em 12/01/21 - 10:27
Nos últimos meses, Instituto Butantan recebeu em São Paulo lotes com milhões de doses
Nos últimos meses, Instituto Butantan recebeu em São Paulo lotes com milhões de doses   Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

O governador João Doria (PSDB) detalhou ontem a operação logística de distribuição das vacinas contra a covid-19. Está prevista a entrega de dois milhões de doses, semanalmente, aos municípios paulistas, com ajuda da Polícia Militar. Ele voltou a afirmar que a vacinação no Estado começará no próximo dia 25, ou até antes. Porém, com a incorporação de todas as doses da CoronaVac pelo Governo Federal, o plano pode sofrer mudanças.


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Durante coletiva de imprensa, Doria apresentou o plano de logística de vacinação do SUS para a campanha estadual contra a covid-19. Ao todo, serão mobilizados 77 mil profissionais, sendo 52 mil da Saúde e 25 mil policiais militares, que atuarão desde as etapas de armazenamento, envio de doses e insumos às regiões e municípios, até a aplicação das vacinas.


As doses têm como ponto de partida o Instituto Butantan e serão acondicionadas, inicialmente, no Centro de Distribuição e Logística (CDL) do Estado. A partir dele, serão distribuídas para a rede de Saúde, com entregas diretas aos 200 municípios mais populosos de São Paulo.


Os despachos semanais das doses ocorrerão com caminhões refrigerados e equipados para monitoramento de temperatura, rastreabilidade por radiofrequência, equipe de apoio, além de uma auditoria independente sobre a carga movimentada. Em média, 70 rotas deverão ser percorridas a cada sete dias.


Após a saída do CDL, as vacinas serão retiradas em 25 centros de distribuição regionais para as demais cidades paulistas. As prefeituras, por sua vez, deverão garantir o abastecimento nos postos de vacinação.


Segurança Pública


A Força Tática e a Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), da PM, acompanharão o primeiro deslocamento das vacinas do Butantan ao CDL, onde também haverá guarda montada. Todas as rotas serão escoltadas por Batalhões de Choque. Os centros regionais de armazenamento terão policiamento para apoio dos Comandos Regionais, que também farão articulações com as Guardas Municipais para segurança nos postos de vacinação.


“Em São Paulo, começaremos a vacinar dia 25. Se for possível, iniciaremos até antes. Aqui temos planejamento, estrutura, condições, recursos, matéria-prima e vacinas para iniciar o programa de imunização dos brasileiros de São Paulo. E o que mais desejo é que isso possa ocorrer também aos brasileiros de todo o Brasil”, afirmou o governador, em recado ao Governo Federal.


Análise


Doria questionou a data de início do Plano Nacional de Vacinação, até aqui não definida pela União, e pediu celeridade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmando que não é razoável que processos burocráticos se sobreponham à vida.


Na semana passada, o Butantan entregou os resultados finais de testes da CoronaVac e pediu o uso emergencial da vacina à Anvisa, no mesmo dia em que Fiocruz fez o pedido em relação ao imunizante desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.


Segundo a Anvisa, o processo de análise dos dados da Fiocruz está mais avançado, já que faltam documentos do Butantan. O País ainda não tem doses da vacina de Oxford em solo brasileiro. A CoronaVac, conforme o Governo de São Paulo, já tem quase 11 milhões de doses prontas no País.


Projeção de vacinados pode cair


O Plano Estadual de Vacinação prevê a imunização de cerca de nove milhões de paulistas na primeira etapa, levando em conta a aplicação da CoranaVac produzida no Butantan. Contudo, o número pode ser menor. No fim de semana, o diretor-geral do instituto, Dimas Covas, confirmou que o Ministério da Saúde incorporou as doses da vacina ao plano federal.


Nesta segunda-feira (11), em Manaus (AM), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falou em exclusividade das doses. Mas, em São Paulo, Doria rebateu afirmando que “a exclusividade é pela vida” e que a obrigação dele como governador é garantir isso. “O plano nacional não pode excluir São Paulo ou deixar para o fim da fila”. Conforme o governador, o sistema nacional será respeitado se atender São Paulo dentro dos critérios científicos.


O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, citou a vacinação contra a gripe, que mesmo dentro de uma campanha nacional foi adiantada por alguns estados.


Porém, ele disse que, por conta do acordo com o Governo Federal, o número de doses disponíveis para o Estado pode ser menor que o previsto inicialmente, já que, por ora, a CoronaVac é a única vacina que tem doses prontas no País, a partir da liberação da Anvisa.


“Desta maneira, nós entendemos que terá uma fração menor para São Paulo frente àquela que imaginávamos”.


Por conta disso, já está no radar do Governo Paulista atrasar a aplicação da segunda dose da vacina para permitir a imunização de um maior número de pessoas na primeira etapa. Inicialmente, o prazo de intervalo entre uma dose e outra é entre 14 e 28 dias.


O coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, citou estudos sobre postergar a segunda dose. “O centro ainda não se manifestou, mas é uma possibilidade”.


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