Com verba do estado, quatro cidades da Baixada Santista terão hospitais de campanha

Unidades para pacientes com coronavírus serão montadas em Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá

Por: Tatiane Calixto  -  27/03/20  -  14:12
Governo do estado entrará com pedido de empréstimo de 100 milhões de dólares
Governo do estado entrará com pedido de empréstimo de 100 milhões de dólares   Foto: Aloisio Maurício/Estadão Conteúdo

Seis cidades da Baixada Santista – Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Guarujá e Cubatão – receberão verba do Governo do Estado para auxiliar nas estratégias de combate à pandemia da Covid-19. Em quatro delas, o dinheiro deverá ser utilizado também para a construção de hospitais de campanha.


O anúncio foi feito quinta-feira (26) pelo governador João Doria (PSDB), dentro de um pacote de medidas para cidades com mais de 100 mil habitantes. Neste momento, serão R$ 218 milhões para os 80 municípios mais populosos custearem, ao todo, 55 centros de referência e 25 hospitais de campanha. 


A divisão dos recursos será feita por critério demográfico. Assim, serão três faixas, referenciadas pelo piso de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), que é de R$ 4.


As 55 cidades com população entre 100 mil e 300 mil pessoas, incluindo Cubatão e Itanhaém, receberão R$ 8 por habitante. O dinheiro será usado para instalação de centros de triagem e atendimento a casos suspeitos de coronavírus, além da realização de testes. Somadas, elas ficarão com R$ 74,5 milhões. 


Nas 16 cidades com população entre 300 mil e 500 mil pessoas, faixa ocupada por Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá, o valor de referência sobe para R$ 10 por habitante. Elas terão de construir hospitais de campanha com leitos de enfermaria, além de espaços de isolamento e assistência social para pacientes que vivem em moradias precárias. O montante total para esses municípios será de R$ 61,4 milhões. 


Nas nove cidades paulistas com mais de 500 mil habitantes - nenhuma da Baixada atinge essa faixa -, o valor de referência sobe para R$ 12 por pessoa. O repasse também será usado para erguer ao menos um hospital de campanha de maior porte em cada uma, além do atendimento social a pacientes em situação de vulnerabilidade. 


“O estado vai trabalhar em conjunto com os municípios. Esses recursos vão impactar frontalmente o interior do estado, com possibilidades de centros de referência e também com leitos de baixa e média complexidade”, diz o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. Ele também fará videoconferências com prefeitos para detalhar as aplicações da verba emergencial.


Nos próximos dias, segundo o governador, também serão anunciadas verbas para cidades com menos de 100 mil habitantes (na região, Bertioga, Mongaguá e Peruíbe) e a capital paulista.


Quarentena 


Na coletiva, Doria voltou a reforçar a importância da quarentena adotada desde a última terça-feira no estado, restringindo a operação de serviços não essenciais à população. Essa medida acabou gerando um bate-boca e trocas de farpas entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 


“Nós não tomamos medidas precipitadas, mas sim fundamentadas em dados científicos e números. Por isso, quero agradecer aos brasileiros que moram em São Paulo e estão em casa”. 


As medidas de quarentena, segundo Doria, seguem até 7 de abril, como previsto. Ele voltou a pedir que os idosos sejam protegidos e que as pessoas não minimizem a pandemia. “Não é uma gripezinha. O momento não é de nós contra eles. É de vida contra a morte”.


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