Após uma projeção inicial de queda de 20% nas vendas, como reflexo da pandemia de coronavírus, o Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista está mais otimista agora: espera que as vendas para o Dia da Criança fiquem iguais às do ano passado – que foram 5% inferiores às de 2018. E é possível que o resultado leve a recontratações nas lojas, segundo o presidente da instituição, Omar Abdul Assaf.
“Com a pandemia e tudo o que ocorreu no início do ano, a gente esperava para este 12 de outubro uma queda de 10% a 20% nas vendas, porque brinquedo e presente não são prioridade, e todos estavam se preocupando em comer. Mas, talvez, este seja um dos melhores resultados do ano até agora”, avalia o presidente, que também é comerciante.
Segundo ele, a retração nas vendas no ano passado foi atribuída à instabilidade econômica dos últimos anos. Mas, devido à nova realidade vivida pelas famílias em confinamento, devido ao risco de contágio por covid-19, tudo pode mudar.
“Como as crianças ficaram em casa, sem escola, mudaram a rotina dos lares. Os pais precisaram de mais brinquedos, jogos e uma série de coisas para entreter os pequenos. E vão continuar precisando”, diz Assaf.
Um levantamento da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) confirma o otimismo. A previsão nacional é de aumento de 14% nas vendas para a data na comparação com as semanas anteriores.
Mercado interno
A queda de 41% das importações, devido à alta do dólar – que encarece também o preço de brinquedos produzidos no exterior – também pode repercutir positivamente na economia local e provocar contratações, calcula o presidente.
“O lado bom é que, como o dólar ficou muito caro e há dificuldade de importação, podemos ter nessa data, que é quase um pré-Natal, um favorecimento do mercado interno. Os brinquedos nacionais ficaram mais baratos, atrativos e, assim, estimulamos a geração de empregos no País.”
Os preços, no entanto, subiram 3,2% em relação a 2019, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Assaf não considera uma alta, pois o número é praticamente o mesmo da inflação média em 12 meses (3,6%, de outubro de 2019 a setembro passado).
Na região, o sindicato acredita que o valor médio do presente deve ser de R$ 200,00. Não pela confiança econômica do consumidor, mas pela quantidade de ofertas no mercado – enquanto há famílias que presenteiam com tablets e celulares, outras investem em lembrancinhas.
Em pesquisa rápida por lojas da região é fácil encontrar anúncios de promoções. No site de uma rede nacional de lojas de brinquedos, há destaques para descontos de até 70% e preços a partir de R$ 19,90. Mas, no topo da lista dos mais vendidos, está a boneca Baby Alive Grows Up Feliz Crescer, a R$ 569,90.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) tracou, em pesquisas, que o tíquete médio nacional deve ser de R$ 198,79.