Clientes de loja em Praia Grande sofrem prejuízo de até 10 mil após 'sumiço' dos proprietários

Empresa de móveis modulados alega que faliu, mas que vai devolver o dinheiro para as pessoas prejudicadas

Por: Carolina Faccioli  -  15/04/21  -  10:46
Loja de móveis modulados ficava em Praia Grande
Loja de móveis modulados ficava em Praia Grande   Foto: Foto: Divulgação/Andreia dos Santos

Cerca de 19 famílias acusam uma empresa de móveis modulados de Praia Grande de 'fugir' com o dinheiro e não entregar os projetos. Com investimento de até 10 mil reais, os clientes buscam esclarecimentos com a empresa, que parou de atender as ligações e responder as mensagens.


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Andreia Soares dos Santos conta que procurou a empresa para fazer os móveis da cozinha em fevereiro, pois havia casado. O vendedor chegou a visitar o apartamento para anotar as medidas e definir qual seria o tipo de móvel. Com o projeto acertado, ela pagou uma parte em dinheiro e outra no cartão. O investimento total foi de 4500 mil reais.


No entanto, por volta do dia 10 de março não conseguiu mais falar com a loja pelo telefone e decidiu ir pessoalmente até o local. Porém, a contadora relata que o estabelecimento não estava aberto. Ela chegou a procurar uma segunda unidade do estabelecimento, também em Praia Grande, onde diziam ser o armazén, mas também não encontrou ninguém no local.


Pelas redes sociais, Andreia encontrou outras pessoas que estavam passando pela mesma situação, com valores até maiores. "Aí comecei a pesquisar no facebook e descobri que tinha mais gente que tinha pagado até à vista 10 mil, 13 mil reais", explica a cliente.


A cliente também conta que, assim como outras pessoas, tentou entrar em contato com a loja, mas não obteve mais retorno e segue sem os móveis, que deveriam ter sido entregues no dia 27 de março.


"Eu estou muito triste e chateada porque minhas coisas estão na caixa e enquanto não resolver essas coisas do cartão eu não tenho como comprar outro armário", lamenta a moradora de São Vicente.


Andreia aguarda os móveis ou a devolução do dinheiro
Andreia aguarda os móveis ou a devolução do dinheiro   Foto: Foto: Andreia dos Santos/Arquivo Pessoal

Quem também está passando pela mesma situação é Augusto Lima Júnior, que também comprou móveis para a cozinha. Ele conta que adquiriu os móveis no dia 15 de dezembro e a previsão inicial era de entrega em janeiro, mas desde então aguarda o reembolso.


Ao entrar em contato com o estabelecimento em janeiro, o técnico em segurança do trabalho foi informado que por conta da pandemia a entrega ia atrasar, o que segundo o cliente foi compreensível. Porém, por volta do dia 8 de abril o cliente conta que conseguiu uma nova resposta pelo e-mail, onde a empresa dizia que estava sem whatsapp e que não havia sumido. Também foi informado que o estabelecimento estava passando por problemas financeiros e que ia pagar, mas de forma parcelada.


Como precisava dos móveis, Augusto procurou uma nova empresa, mesmo sem a devolução do dinheiro, mas ainda busca uma solução para o problema. "Devolve o dinheiro que foi pago, não quero nem com juros nem nada, mas devolve dinheiro que foi pago". diz.


Sem conseguir mais notícias sobre o reembolso ou sobre os móveis, os clientes tem registrado boletins de ocorrência e conversado uns com os outros, para tentar obter notícias que possam ajudá-los.


Júnior já providenciou novos móveis para organizar a casa, localizada em São Vicente.
Júnior já providenciou novos móveis para organizar a casa, localizada em São Vicente.   Foto: Foto: Augusto Júnior/Arquivo Pessoal

Resposta


Em contato com a empresa por e-mail, os proprietários informaram que o estabelecimento precisou ser fechado devido a pandemia e entrarão em contato com os clientes nos próximos dias para dar mais detalhes sobre a devolução.


Segundo os proprietários, será feito um acordo para tentar pagar os valores integralmente. "Infelizmente está sendo um momento muito difícil para gente. Temos marcenaria já há muitos anos e isso nunca tinha acontecido".


Ainda pelo mesmo e-mail, os donos explicam o motivo dos móveis não terem sido entregues. "Perdemos pessoas de nossa família, pegamos covid, as vendas caíram, faltou matéria prima...quando voltou o material estava o dobro do valor. Enfim, ficamos com aluguéis atrasados, pessoas nos ameaçando, não conseguimos manter a loja".


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