Cidades lançam campanhas para auxiliar quem precisa de ajuda em tempos de coronavírus

Além da arrecadação de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal a pessoas em situação de vulnerabilidade social, SV e PG recrutam voluntários para ajudar em ações de combate à doença

Por: Nathália de Alcantara  -  04/04/20  -  00:40
Um dos cargos com mais interessados é o de guarda civil municipal
Um dos cargos com mais interessados é o de guarda civil municipal   Foto: Nirley Sena

Em tempos de isolamento social para evitar a propagação do coronavírus, moradores de diversos lugares da região driblam a distância para participar de uma corrente do bem.


As prefeituras lançaram campanhas de arrecadação de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal para pessoas em situação de vulnerabilidade social. São Vicente e Praia Grande ainda cadastram voluntários dispostos a ajudar nas ações de combate à doença.


O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, diz que mais de 800 funcionários da área da saúde já estão afastados por serem de grupos de risco. E, com isso, a cidade está se preparando para ter ajuda extra.


“Vai chegar uma hora em que teremos centenas de pessoas precisando de ajuda. Os funcionários precisarão do apoio desses voluntários. Hoje, são 600 doentes monitorados na cidade”.


Praia Grande já recebeu 630 fichas de interessados. O cadastro ficará disponível aos setores da administração para uma eventual necessidade de mão de obra. O trabalho acontecerá em diversas áreas, e não só na saúde, como auxiliando nos depósitos em separação de material para abastecer as unidades e em montagem de cestas básicas.


A ação Parceiros do Bem também tem a intenção de doar entre 4 mil e 5 mil cestas com itens básicos. Serão priorizados 1.180 ambulantes, 180 cooperativados em reciclagem, 340 catadores de material reciclável e pessoas que vão aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).


“Temos atualmente cerca de 2.900 pessoas na linha da miséria. A ideia é manter a doação das cestas por pelo menos três meses. Em um momento desse de crise, a gente vê alguém que precisa e aparece uma luz de como ajudar”, explica Mourão.


Outras cidades


Para a presidente do Fundo Social de Solidariedade de São Vicente, Paula Gouvêa, o pensamento da ação Quarentena Solidária foi se planejar para ajudar as pessoas que seriam afetadas. Mais de 400 famílias já receberam cestas com diversos insumos. “Quem já estava sensível será ainda mais atingido nesta época”.


Para atender quem realmente precisa, foram cruzados os dados da assistência social com o mapeamento das creches. A prioridade é para famílias com crianças de até 5 anos, idosos ou membros com algum tipo de deficiência.


São Vicente também procura interessados em atuar nas áreas da Saúde, Tecnologia/Administrativo, Comunicação e Operacional. Já são 150 interessados.


“Caso a gente precise, em algum momento, teremos com quem contar. Vimos que outros países não se prepararam assim. Se pudermos nos isolar e fazer o bem, é melhor ainda”, diz Paula.


De acordo com a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Bertioga, Vanessa Matheus, o objetivo é amenizar os impactos da pandemia com as doações para quem precisa.


“Queremos envolver toda a sociedade nesse movimento tão importante para as famílias que estão sendo afetadas neste momento de crise e que passam por situação difícil”.


Mão na massa


Apesar de atuar há um ano como atendente de educação, a auxiliar de enfermagem Priscila Lourenço Marques, de 34 anos, decidiu seguir seu coração e ser voluntária na área que se formou há oito anos.


“Quando fiquei sabendo dessa oportunidade, logo me interessei. Gosto muito dessa área e a vontade de ajudar os outros é maior do que o medo do coronavírus”.


Segundo ela, a vontade hoje é impedir que os outros fiquem doentes.


“Quero contribuir e salvar vidas. Penso até em fazer pós-graduação em Administração Hospitalar”, conta a moradora do Parque São Vicente.


Priscila não pensou duas vezes antes de se inscrever como voluntária para a área da saúde
Priscila não pensou duas vezes antes de se inscrever como voluntária para a área da saúde

Como ajudar


>> Bertioga


- O que doar: alimentos não perecíveis, como arroz, feijão, óleo, leite, leite em pó, café, sal e açúcar. Também são aceitos produtos de higiene pessoal e de limpeza, como shampoo, sabonete, condicionador, fraldas descartáveis, creme dental, escova de dente, água sanitária, detergente e álcool


- Como ajudar: o ponto será próximo ao cruzamento das avenidas Anchieta e 19 de Maio e funcionará de segunda a sexta, das 9 às 16h

>> Mongaguá


- O que doar: cestas básicas e alimentos não perecíveis


- Como ajudar: o esquema será drive thru sempre de segunda a sexta, das 9 às 16h, na Av. Marina 65, no espaço Clube da Melhor Idade


- Contato: para o agendamento da retirada das doações, ligue 3507-1074


>> Praia Grande


- Como ajudar: trabalho voluntário na luta contra o coronavírus


- Inscrições: é preciso não pertencer aos grupos de risco. Acesse o site praiagrande.sp.gov.br e clique no banner chamado Coronavírus – Cadastro de Voluntários. O candidato deverá informar nome, endereço, telefone, período em que está disponível para prestar o trabalho voluntário, grau de instrução e demais informações que achar necessárias


- O que doar: doação de alimentos e produtos de higiene ou limpeza


- Como ajudar: hipermercado Extra do Litoral Plaza Shopping (todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados, das 8 às 20h), Fundo Social de Solidariedade, (Rua Emancipador Paulo Fefin, 775, no Boqueirão, das 8 às 17h) e em 17 escolas municipais, também das 8 às 17h. Veja a lista:
- E.M. Dra. Ana Maria Babette Bajer Fernandes (Av. Presidente Kennedy, 17.100, Bairro Real);
- E.M. Vereador Felipe Avelino Moraes (Rua Dino Tognini, s/nº, Bairro Caiçara);
- E.M. Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso (Rua Maria Borella Conte, 201, Bairro Maracanã);
- E.M. Governador Orestes Quércia (Rua Primeiro de Janeiro, 1.221, Bairro Mirim);
- E.M. Florivaldo Borges de Queiroz (Rua Monteiro Lobato, 721, Bairro Ocian);
- E.M. José Padin Mouta (Rua Bororós, 150, Bairro Tupi);
- E.M. Profª Isabel Figueroa Bréfere (Rua João Ramalho, 1.250, Bairro Aviação);
- E.M. Roberto Mario Santini (Rua Quito, 81, Bairro Guilhermina);
- E.M. República de Portugal (Av. Fumio Myiazi, 599, Bairro Guilhermina);
- E.M. Carlos Roberto Dias (Rua Duque de Caxias, 999, Bairro Boqueirão);
- E.M. Estina Campi Baptista (Rua Xixová, 1.100, Bairro Canto do Forte);
- E.M. Estado do Amazonas (Av. Maria Cavalcanti da Silva, 431, Bairro Samambaia);
- E.M. Thereza Magri (Rua Leonora Cembroli Martins, 280, Bairro Antártica);
- E.M. Antonio Peres Ferreira (Rua João Roberto Correa, 1.077, Bairro Vila Sônia);
- E.M. Ronaldo Sérgio Alves Lameira Ramos (Av. Irmãos Adorno, s/n, Bairro Sítio do Campo);
- E.M. Sebastião Tavares de Oliveira (Rua Savério Fitipaldi, 50, Bairro Quietude);
- E.M. Paulo Shigueo Yamauti (Rua Oscar de Menezes Barbosa, 151, Bairro Anhanguera).


>> Santos


- O que doar: cestas básicas, álcool gel, máscaras cirúrgicas e outros insumos da saúde


- Como ajudar: entre em contato pelo telefone/WhathsApp 99785-4859 ou pelo email fundosolidariedade@santos.sp.gov.br e combine a melhor forma de doar


>> São Vicente


- O que doar: alimentos e material de higiene e limpeza. É possível ainda ser um voluntário na assistência a pacientes com coronavírus. Os interessados podem ser de áreas da Saúde, Assistência Social, Comunicação e divulgação, Serviços Gerais/Operacionais, Tecnologia/Administrativo. Caixas estão identificadas em supermercados e farmácias da cidade


- Como ajudar: a inscrição para a ação humanitária Quarentena Solidária deve ser feita pelo site www.saovicente.sp.gov.br/quarentenasolidaria


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