Cidades da Baixada Santista recebem pluviômetros para monitorar chuvas

Aparelhos fazem medição do volume de água e umidade do solo

Por: Da Redação  -  19/06/19  -  22:56
Em Santos, instalação dos primeiros equipamentos já começou
Em Santos, instalação dos primeiros equipamentos já começou   Foto: Rogério Bomfim/PMS

Cidades da Baixada Santista começam a ganhar reforço para monitorar áreas com riscos de deslizamentos no período de chuvas. Novos pluviômetros estão sendo instalados em Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande e Cubatão.


Os 15 equipamentos que fazem a medição do volume das chuvas têm como novidade um instrumento acoplado que permite acompanhar a umidade do solo e antecipar possibilidade de deslizamentos.


Nesta terça-feira (18), pesquisadores da área de geodinâmica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, começaram a implantar os equipamentos, conhecidos como Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) Geotécnicos, em Santos. O Município deve receber sete aparelhos nos morros da Nova Cintra, Marapé, Saboó, São Bento, Penha, José Menino e Monte Serrat. São Vicente terá quatro equipamentos, Cubatão, dois, e Guarujá e Praia Grande, um.


Pontos


Os locais foram escolhidos em conjunto pelas equipes do Cemaden e das defesas civis municipais. A Baixada Santista foi a segunda no país a receber os equipamentos e o órgão federal levou em consideração o histórico de acidentes ocasionados por deslizamentos ocorridos devido a chuvas intensas.


Outro cuidado com o ponto que receberá o equipamento foi a segurança. “São equipamentos que estão sujeitos a vandalismo ou a furto, então escolhemos áreas não tão abertas para evitar problemas”, explica o pesquisador da área de geodinâmica do Cemaden, Márcio Andrade.


A estimativa é que os PCDs integrem o sistema do órgão federal, depois do período de instalação e calibração dos PCDs, em dois meses. Em funcionamento, será possível aos técnicos acompanhar em tempo real, com informações atualizadas a cada 10 minutos, o volume das chuvas e o encharcamento do solo, que é o responsável pelos deslizamentos.


Para isso, o novo dispositivo mede a umidade a cada 50 centímetros até uma profundidade de três metros. Hoje, o Cemaden conta com 56 pluviômetros automáticos na região, que medem as chuvas. As informações estão disponíveis à população pelo site do Cemaden.


Paralelo ao trabalho de instalação, os pesquisadores também estão coletando amostras do solo das cidades. “Queremos ver a capacidade máxima de absorção da chuva, qual o nível de impermeabilidade, quanto tempo demora para deixar de ficar úmido. Essas observações, mais o histórico que vamos ter dos novos equipamentos, vão permitir conhecer melhor o solo da região e como ele se comporta com chuva, para que o trabalho de alerta seja mais preciso”, diz Andrade.


“É muito importante contar com mais esse recurso, uma vez que o acompanhamento do solo não era feito até agora. Assim, podemos prevenir um dos nossos principais problemas, que são os deslizamentos”, afirma o geólogo da Defesa Civil de Santos, Victor Valle.


Logo A Tribuna
Newsletter