Apesar de ser baixo o risco de a mancha de óleo que contamina praias da região Nordeste aportar na costa paulista, agentes das nove cidades da Baixada Santista passaram, na última quinta-feira (14), pelo primeiro ciclo de capacitação técnica. A iniciativa inédita abordou formas de como atuar caso a substância derivada de petróleo se aproxime do litoral regional.
Essa foi a primeira reunião fora da Capital do grupo de trabalho montado pela Cetesb, órgão da secretaria estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, para conter o avanço da substância química na costa paulista. Na próxima semana, evento similar vai ocorrer em Caraguatatuba, no Litoral Norte.
O encontro de ontem foi realizado no Orquidário Municipal, reunindo representantes de defesas civis, prefeituras, Estado, Ibama, Forças Armadas e de empresas de limpeza urbana que atuam nas nove cidades. O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, explica que a discussão tem por objetivo de elaborar um plano de ação das equipes locais em eventual desastre natural.
Causas desconhecidas
Técnicos da Cetesb apresentaram um panorama geral de como está a situação nas praias do Nordeste, as mais afetadas pelo desastre natural. As causas do derramamento de óleo ainda são apuradas, e a hipótese mais aceita é que um navio clandestino derramou a substância ao navegar em águas internacionais.
Contudo, não se descarta o vazamento de um poço de exploração de petróleo, por falha durante a perfuração em alto-mar. Devido a região estar próxima dos campos de extração de óleo e gás do pré-sal e ser recortada por oleoduto, Libório destaca a importância de capacitação regional. “Essa ocorrência (mancha de óleo) talvez não venha para cá, mas já temos uma capacitação uniforme estabelecida”.
No começo da semana, a substância química atingiu praias do Espírito Santo, mais próximo dos principais focos de contaminação. “A possibilidade (de aportar em São Paulo) ainda é remota. Não temos ainda a sinalização de chegada (na Baixada Santista). Porém, estamos atentos e capacitados, afinal mobilizar nove cidades não é fácil”.
A capacitação abordou técnicas de limpeza de área, rochas e mar, formação das equipes e de voluntários para os trabalhos nas praias, tipos de equipamentos de proteção individual (EPI) recomendados e abordagem técnica para evitar a contaminação de manguezais e rios. Um grupo de trabalho regional foi formado para monitorar o raio de contágio do óleo.