Rio Itapanhaú, em Bertioga, é usado como descarte de poluentes

Denúncia de moradores da vila industrial da Usina Hidrelétrica de Itatinga cita densa espuma branca de forte odor de esgoto; Sabesp afirma que material é tratado antes de ser lançado na natureza

Por: Eduardo Brandão  -  19/09/20  -  22:42

A cena tem se tornado frequente e coloca sob ameaça um rico acervo ambiental, cercado de mangues e vegetação nativa remanescente de Mata Atlântica que cisma em resistir. Resíduos da rede de esgoto são lançados diariamente no Rio Itapanhaú, ponto de divisa entre Santos e Bertioga, formando, assim, uma densa espuma branca de forte odor de esgoto.


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A denúncia partiu de moradores e trabalhadores da vila industrial da Usina Hidrelétrica de Itatinga, em Bertioga, unidade que fornece eletricidade ao Porto de Santos. Segundo eles, a formação do poluente está concentrada no ponto de desemboque de efluente (resíduos de processos industriais e de rede de esgoto, que são descartados no meio ambiente) da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Bertioga).


Descarte do material é feito pela Sabesp, que diz ter autorização pelo lançamento
Descarte do material é feito pela Sabesp, que diz ter autorização pelo lançamento   Foto: Divulgação

Vídeos e fotos obtidos por ATribuna.com.br chamam a atenção pela quantidade de material poluente lançado no rio. Segundo ambientalistas, o líquido tem potencial para alterar a qualidade nos corpos receptores e provocar poluição ao ecossistema daquele ponto. “Esse despejo é corriqueiro e tem forte cheiro de esgoto”, afirma um morador, sob condição de anonimato.


O local de descarte e o tratamento do material é de responsabilidade da Sabesp, empresa de economia mista (Estado e iniciativa privada), que atende pelo abastecimento e coleta de esgoto na Baixada Santista. Em nota, a companhia afirma realizar “sistematicamente o monitoramento de todas as etapas do tratamento de esgoto de suas estações, assim como também segue rigorosamente todas as exigências previstas por lei”.


Governo cria comissão para monitorar poluição marítima
Governo cria comissão para monitorar poluição marítima   Foto: Reprodução

Ainda conforme a empresa, o material lançado no rio é tratado e a ETE Bertioga possuiu “permissão de lançamento naquele ponto. O efluente lançado já passou pelo tratamento na ETE e pode retornar ao meio ambiente”, garante a Sabesp.


A empresa esclarece ainda que "o local recebe acompanhamento constante, inclusive com o acompanhamento da municipalidade, e os resultados das análises que indicam que o efluente que sai da estação após passar por tratamento está dentro de todos os parâmetros de monitoramento”.


Densa espuma se forma e fica à deriva no rio que na divisa entre Santos e Bertioga (Divulgação)


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