O aposentadoJúlio César Morgado, de 69 anos, que estava internado no Hospital Municipal de Bertioga e lutava por quase uma semana por uma vagaem UTI com hemodiálise morreu, nesta quarta-feira (7), dois dias após conseguir uma transferência para o hospitalSanta Maria, em Suzano.
Filha da vítima, Ivana Cristina Morgado, lutou por duas semanas por leito com tratamento adequado para o pai. De acordo com Ivana, Júlio César estava entubado com covid, no Hospital Municipal de Bertioga, onde não havia UTI com hemodiálise, procedimento que o pai precisava ser submetido por causa de insuficiência renal.
Em entrevista para a ATribuna.com.br, relatou que encontrou dificuldades para conseguir transferência para o pai. Após ter liminar de Justiça vencida, na sexta-feira (2), Ivana só teve sucesso na última segunda-feira (5), quando o pai foi internado no Hospital Santa Maria, em Suzano.
Contudo, durante hemodiálise feita na quarta-feira, Júlio César Morgado infartou e faleceu. Após ‘luta’ incessante para salvar a vida do pai, Ivana diz estar destruída. “Perdi minha vida, meu companheiro. Ele era meu ídolo, meu tudo”, desabafou.
Entenda o caso
Júlio César Morgado estava nternado há duas semanas no Hospital Municipalde Bertioga e tentava uma transferência para umavaga em UTI com tratamento específico para hemodiálise. Segundo Ivana Cristina Morgado, o pai, eu entrada no hospitalno dia 21 de março, com fraqueza, cansaço e falta de ar.
Desde então, o quadro do paciente passou a piorar pois, além de ser diabético, necessitava de hemodiálise paratratamento de insuficiência renal. Porém, o Hospital Municipal de Bertioga não oferecia esse tipo de procedimento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A filha conseguiu uma liminar de Justiça que obrigava os gestores do SUS a conseguirem um leito paraJulio. Ela ainda solicitou o laudo médico do quadro clínico do pai para acelerar o processo de transferência, mas depois de três tentativas, disse que o Hospital Municipal de Bertioga nãoconcedeu o documento.
Ivana explicou que pediu olaudo, pela primeira vez em 31 de março e recebeu a devolutiva que precisaria aguardar 15 dias para ter as informações em mãos. No dia seguinte, a auxiliar de enfermagemcontou quefez a solicitação novamente, quando a administração pediu que voltasse em 24h.
Porém, até a última sexta-feira (2), após o prazo determinado pelo Hospital Municipal de Bertioga,segundo Ivana,elanão conseguiu a documentação e suplicou por ajuda. Em nota, a Secretária de Saúde de Bertioga informou que não foi notificada oficialmente sobre a liminar, mas fez o pedido para a transferência para o pai de Ivana,JulioCésar Morgado, no dia 24 de março.