Com ajuda da prima, jovem dá à luz dentro de casa no litoral de SP: 'Pensei que iria perdê-la'

Larissa Araújo, de 19 anos, deu luz à pequena Pérola na última sexta-feira (12). Ambulância chegou logo após o parto

Por: Ágata Luz  -  16/02/21  -  11:48
Pérola nasceu às 19h37 da última sexta-feira (15), dentro da própria casa
Pérola nasceu às 19h37 da última sexta-feira (15), dentro da própria casa   Foto: Arquivo Pessoal

Antes mesmo de nascer, Pérola Antonella deu um grande susto em toda sua família. Isso porque a recém-nascida quis "vir ao mundo" tão rápido que surpreendeu e obrigou sua mãe, a jovem Larissa Araújo de Melo, de 19 anos, a fazer o parto dentro da própria casa. O nascimento aconteceu na última sexta-feira (12), em Bertioga, no litoral Norte.


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De acordo com Larissa, sua prima foi a responsável por atuar como "médica" diante da situação. Thainá Melo, de 24 anos, acalmou a familiar durante o parto e cuidou dos primeiros procedimentos com a bebê. A ambulância havia sido acionada pela mãe de Larissa, mas só chegou após o nascimento de Pérola.


Em conversa com ATribuna.com.br, Larissa explicou que acordou com contrações leves, quando sua mãe ligou para a ambulância e foi informada que o socorro estava a caminho. Conforme as dores foram se intensificando, a ligação novamente foi feita e a mãe de Larissa recebeu a mesma resposta. "Eles falaram que em 10 minutinhos chegavam". Porém, o socorro só chegou por volta das 19h50, cerca de quinze minutos após a criança nascer.


Com o aumento das dores, a bolsa de Larissa estourou. "Foi lá no meu quarto mesmo e minha mãe ficou desesperada". Segundo a jovem, a mãe buscou ajuda na casa de sua avó, onde encontrou Thainá, prima de Larissa.


"Na hora que elas chegaram, a bebê já estava coroando e eu estava sem forças", afirmou Larissa. Então, Thainá começou a incentivar a prima, auxiliando na respiração e pedindo para Larissa empurrar no momento certo. Desta forma, a neném nasceu às 19h37. "Ela saiu bem roxinha, minha prima fez os procedimentos mas nada dela chorar", relatou.


De acordo com Larissa, a bebê ficou presa quando ela perdeu as forças. "Este foi nosso desespero". Porém, o primeiro choro de Pérola aconteceu enquanto Thainá a virava de bruçus.


Somente após cerca de 15 minutos, a ambulância chegou. Então, os paramédicos cortaram o cordão umbilical, retiraram a placenta e levaram a recém-nascida para o veículo, onde a colocaram no oxigênio. "Tive muito medo. Pensei que ia perder minha filha. Ela foi um milagre", desabafou Larissa.


"Achei que não ia conseguir", explica a mãe de Pérola, emocionada ao contar a história. "Do mesmo jeito que foi muito desesperador, foi muito emocionante. Deus estava ali", completa.


Auxílio da prima


Apesar de ajudar nos procedimentos do nascimento da criança, Thainá Melo não possuía nenhum tipo de especialização em primeiros socorros. "Fiz curso de auxiliar veterinário e auxiliei em alguns partos caninos, mas nunca humano", relata.


Thainá Melo auxiliou Larissa durante o parto.
Thainá Melo auxiliou Larissa durante o parto.   Foto: Arquivo pessoal

Além disso, Thainá explica que, quando esteve grávida, queria ter parto humanizado, por isso, tinha certa noção. "Estudei e conversei com algumas doulas, mas não tinha nenhuma experiência. Foi com a fé, Deus que nos guiou", conclui.


O pós-parto


Depois do parto, Larissa e Pérola ficaram internadas no Hospital de Bertioga. As duas estiveram em observação e receberam alguns medicamentos, porém, tiveram alta hospitalar nesta segunda-feira (15) e já estão em casa. Agora, Larissa poderá finalmente registrar sua filha.


Tempo de espera para ambulância


Procurada por ATribuna.com.br, a Prefeitura de Bertioga, por meio do INTS, responsável pelo SAMU e pela gestão do Hospital Municipal de Bertioga, informou que a primeira ligação solicitando ambulância para este parto foi recebida às 19h17, do dia 12/02. Às 19h40 a ambulância já estava no local, portanto menos de 25 minutos depois da chamada.


Mãe e bebê estavam estáveis, foram conduzidas de ambulância ao Hospital Municipal de Bertioga, onde foram atendidas por equipe multidisciplinar. Durante a internação, não houve nenhuma intercorrência.


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