'Bertioga vai continuar experimentando o desenvolvimento social e econômico', diz Caio Matheus

Prefeito iniciará no próximo dia 1º, o segundo mandato como prefeito prometendo ser a mesma pessoa dos primeiros quatro anos

Por: Sandro Thadeu & Da Redação &  -  21/12/20  -  23:34
Prefeito diz que conjunto de medidas proporcionará uma melhor fluidez no trânsito
Prefeito diz que conjunto de medidas proporcionará uma melhor fluidez no trânsito   Foto: Diego Bachiéga/PMB

Diz o ditado: em time que está ganhando não se mexe. Com isso em mente, Caio Matheus (PSDB) iniciará no próximo dia 1º, em Bertioga, o segundo mandato como prefeito prometendo ser a mesma pessoa dos primeiros quatro anos. Os desafios também são similares: manter a Cidade no caminho do desenvolvimento que ele vislumbra. Um caminho que passa por questões sociais e tem uma estrada no meio, a Rio-Santos, com seu projeto de concessão no gatilho do Governo do Estado. Outro desafio será a ampliação do hospital da Cidade, parada por causa da pandemia.


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Como está a situação financeira da Prefeitura neste final de ano, em comparação ao início do seu primeiro mandato?


Recebemos a Cidade no momento em que o Brasil vivia a maior crise econômica das últimas sete décadas e com uma dívida acima de R$ 20 milhões, sem recurso para pagar. Tínhamos dois caminhos: encarar medidas necessárias ou empurrar. A gente escolheu o caminho mais difícil, mas que levou à estruturação da Cidade. A primeira ação como prefeito foi um decreto de contingenciamento. Renegociamos contratos e diminuímos os cargos comissionados. Aos poucos, a gente foi colocando a casa em ordem. Paralelamente, fizemos projetos e buscamos recursos. A gente plantou e começou a colher nos dois últimos anos. Hoje, Bertioga vive o maior canteiro de obras na história. Temos o maior projeto habitacional da Baixada Santista, com a construção de 1.500 moradias no Jardim Rafael. Finalizo o mandato sem nenhuma condenação, conta reprovada ou processo de improbidade administrativa.


No fim de 2019, o senhor afirmou que estavam programados R$ 50 milhões em investimentos em praticamente todos os bairros. Isso foi concretizado ou a pandemia atrapalhou?


As obras executadas com recursos municipais não sofreram atraso. Se somarmos financiamentos, Dade e outros recursos, foram mais de R$ 80 milhões e parte já foi entregue. O último bairro de Bertioga. Boraceia, que fica a 35 quilômetros do Centro, está com outra cara. Entraremos em 2021 com mais obras a entregar e a possibilidade de expandi-las em R$ 40 milhões. São praças, orlas, pavimentação, drenagem e calçadas acessíveis. Bertioga é a cidade caçula da região, tem apenas 29 anos. Em Santos, por exemplo, é só manutenção e aprimoramento. Aqui, a gente precisa fazer do zero.


Em 2018, o senhor comentou que pretendia fazer a reestruturação da antiga rodoviária, com o projeto de um grande posto de conveniência nas margens da Rio-Santos, até com um grande supermercado ou atacadista. Como está esse projeto?


Chegaram a surgir interessados. No entanto, quando isso estava embalando, veio a covid-19 e a realidade econômica mudou. Hoje, tenho uma área melhor, na entrada da Cidade, que dois grupos estão estudando para trazer um shopping, serviços de conveniência e posto. É uma área pública. Nosso intuito é fazer uma parceria público-privada. Na questão da rodoviária, resolvi readequar o espaço. Uma parte foi demolida e outra, reformada.


A concessão do transporte municipal vem se arrastando há algum tempo. Houve até uma determinação do Tribunal de Contas para refazer a licitação. Como o senhor está pensando o transporte público?


Pedi para nosso grupo técnico fazer uma sustentação para provocar um melhor entendimento por parte do Tribunal sobre o motivo de fazer essa licitação junto com o transporte coletivo escolar. Pelas características da operação, só fica economicamente de pé se tivermos os dois serviços no mesmo pacote da licitação. Inicialmente, o Tribunal tinha entendido que isso não era certo. Mas o pessoal foi lá explicar, parece que a reunião foi razoável e a gente aguarda a posição deles para republicar, com mudanças ou não, o edital.


Como está a ampliação do hospital? O senhor estava aguardando recursos do Governo do Estado para concluir as obras, não?


Está um parto (risos). Toda a parte da Prefeitura já foi finalizada há mais de um ano. Já falei com dois ou três secretários, que se alternaram na gestão da Saúde ao longo desses dois últimos anos. Está tudo aprovado. A explicação é que a covid-19 está drenando os recursos do Estado e obras como essa não são prioritária.


Uma outra preocupação é com as invasões de áreas e construção de moradias irregulares. Como a Prefeitura está trabalhando para melhorar essa fiscalização e inibir as invasões?


 A gente tem várias ações em paralelo. Duas delas são a regularização fundiária e o congelamento de áreas. Há uma conscientização, as pessoas acabam entendendo que o congelamento facilita a regularização dos imóveis e elas acabam auxiliando no controle. Também há ações do Departamento de Operações Ambientais, colocando câmeras de monitoramento nessas áreas e voos com drones, feitos regularmente.


Sobre Educação, com a pandemia, a gente imagina que haja uma procura maior das famílias pelo ensino público. Como a Cidade se prepara para isso?


Acabei de terminar uma creche na região norte e a gente vai zerar a espera por vagas lá em Boraceia. A gente vai transferir uma escola do Estado, que era compartilhada dentro da Riviera com um colégio municipal, o Mário Covas. Com isso, o Estado sai desse equipamento compartilhado e eu posso ampliar o número de salas nessa escola municipal. Venho expandindo, conseguindo mais salas de aula e atuando em unidades que ainda têm áreas para expandir. Acabei de assinar um processo licitatório, pois pretendemos ampliar dez escola.


Durante a campanha, uma das suas ideias era tentar viabilizar com o Estado uma escola técnica. Como está essa articulação?


O Estado não está soltando nenhuma escola técnica. Está mais para fechar do que abrir, infelizmente. Nesse sentido, a gente conseguiu trazer duas universidades públicas. Uma foi a Univesp, que tem diversos cursos semipresenciais, e a gente trouxe também uma faculdade de pós-graduação pública, que é a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Também há cursos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento e Fundo Social para as pessoas terem uma fonte de renda extra ou até seu primeiro negócio.


A população de Bertioga cresce a cada ano. Por lei federal, não será possível dar aumento ano que vem ou fazer concursos. Como está se planejando para atender a população e não extrapolar os gastos com pessoal?


A gente não pode dar um passo maior que a perna. A gente pretende ter uma reforma administrativa para melhorar ainda mais o organograma interno. Mas aí, a gente vai abrir concursos, sim. A fila de aprovados a gente vai convocando de acordo com os recursos. Não necessariamente precisamos convocar todos os aprovados. O servidor envelheceu. Foi se aposentando. Preciso com urgência fazer concurso público para diversos setores da Prefeitura. como a Guarda Municipal, as áreas da Saúde e Educação e o setor administrativo.


Um projeto que envolve diretamente Bertioga é o da concessão da Rio-Santos né, do Governo do Estado. O senhor acha que esse projeto sai em 2021? O senhor tem algum retorno do Estado em relação a isso?


Antes da covid-19 estava sendo bem discutido, com reuniões dos técnicos da Prefeitura e do Estado. É sensacional essa possibilidade de modernização da rodovia. Ela é uma cicatriz urbana que corta Bertioga. E deixa sequelas. Porque muita gente faz trânsito de um bairro a outro por ela. E é perigoso. A concessão permitiria quatro passagens inferiores, aumento de faixas, melhoria da iluminação. Só que, para ficar de pé economicamente, faz parte de um pacote de R$ 3,2 bilhões e pega trechos desde de Peruíbe, em Mogi, e viria, aqui em Bertioga, até a Riviera. Depende do momento econômico. Esperamos que nos próximos anos venha a acontecer. O trânsito aumentou muito, de dez anos para cá, na Rio-Santos.


Sobre esta temporada, o senhor acredita que haverá aumento ou diminuição do número de turistas, por conta da covid? E como está sendo a preparação?


É inevitável um aumento de turistas, infelizmente. É uma questão comportamental. As pessoas estão se sentindo mais seguras, não estão mais com tanto medo do vírus. Esse que é o maior problema. Eu prevejo que final de janeiro será o pico da segunda onda.


O  que os cidadãos de Bertioga podem esperar do senhor nos próximos quatro anos de gestão?


Trabalho. A melhor resposta sempre foi e sempre será o trabalho. Não preciso aprender o caminho, a gente está embalado. Tenho certeza que Bertioga vai continuar experimentando o desenvolvimento social e econômico vivido nos últimos quatro anos. Continuarei sendo esse cara que as pessoas conheceram nesses quatro anos, com maior profundidade.


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