Baixada Santista tem um século de alertas e notícias sobre riscos

Por décadas, A Tribuna tem noticiado a existência de centenas de milhares de residentes em áreas sob risco de cheias, fogo e deslizamentos

Por: Da Redação  -  04/03/20  -  17:55
Tragédia no Monte Serrat, em 10 de março de 1928
Tragédia no Monte Serrat, em 10 de março de 1928   Foto: Arquivo/Memória Santista

A confirmação de 21 mortes em Guarujá, São Vicente e Santos, até o fechamento desta matéria, faz com que a tragédia decorrente das chuvas fortes e persistentes deste início de semana seja a terceira mais grave registrada na Baixada Santista.


Como ponto comum, os desastres anteriores também ocorreram em um mês de março. O pior de todos foi em 10 de março de 1928: o desabamento parcial do Monte Serrat, que, oficialmente, matou 81 pessoas. A remoção dos escombros levou nove dias. A tragédia foi noticiada até no exterior.


O site Memória Santista, mantido pelo jornalista Sergio Willians – atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos e colaborador de A Tribuna –, relata que “o desbarrancamento de 1928 mudou totalmente o protocolo de fiscalização das encostas”. Outro efeito foi a transferência da Santa Casa de Santos: a antiga sede, no sopé do Monte Serrat, foi transferida para o Jabaquara, onde está desde 1945.


DeSegundo maior desastre provocado por temporais aconteceu em 1º de março de 1956, também em Santos: houve deslocamento de terra nos morros São Bento, Itararé, Castelo, Bufo e, sobretudo, no Bairro Marapé – parte da encosta do Morro Santa Terezinha desabou sobre casas e deixou a Rua Godofredo Fraga tomada por pedras, lama e entulho.


As tragédias listadas consideram fatos relacionados à chuva. Em número oficial de mortos, o incêndio na antiga Vila Socó, atual Vila São José, em Cubatão, matou 93.


Realidade


Também por décadas, A Tribuna tem noticiado a existência de centenas de milhares de residentes em áreas sob risco de enchentes, deslizamentos e incêndios. Em fevereiro de 2009, calculavam-se cerca de 300 mil pessoas nessas condições na região.


Em janeiro seguinte, mostrava-se que 52 mil cidadãos de Santos, Cubatão, Guarujá e São Vicente viviam em encostas e morros, locais sujeitos a escorregamentos.


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