Baixada Santista tem a 1ª morte por chikungunya em 2021: homem tinha 87 anos e morava em Santos

Em menos de um mês, os casos da doença cresceram 106% na região; dengue também assusta com crescimento de 99,91% dos doentes

Por: Nathália de Alcantara  -  07/04/21  -  09:34
Berço do futebol e carnaval, Macuco, em Santos, comemora tradição e clima familiar
Berço do futebol e carnaval, Macuco, em Santos, comemora tradição e clima familiar   Foto: Carlos Nogueira/AT

Um homem de 87 anos, morador do Macuco, em Santos, é a primeira morte por chikungunya na Baixada Santista este ano. A mulher e a filha também tiveram a doença, mas já estão recuperadas. Em menos de um mês, os casos da doença cresceram 106% na região.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


O último levantamento feito por ATribuna.com.br, com base em números divulgados pela prefeituras, foi em 12 de março. Na ocasião, eram 392 doentes. Nesta terça (6), o número já havia subido para 808.


Outra doença, também causada pelo mosquito Aedes aegypti, tem preocupado as autoridades da Baixada. Os casos de dengue cresceram 99,9% nesse mesmo período, passando de 1.147 para 2.293.Peruíbe ainda confirmou a primeira morte por dengue hemorrágica, mas não divulgou detalhes a respeito do perfil do paciente, como idade e bairro.


Segundo a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras, em apenas nove mutirões foram encontrados 855 focos do mosquito, que ainda transmite zika vírus.


VEJA O CICLO DE VIDA DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI E OS CASOS NA REGIÃO


“Neste momento, por conta da pandemia de coronavírus, não podemos entrar na casa das pessoas. Então, se a população não fizer a sua parte, não adianta ter mil agentes, pois não teremos resultado. Fazemos um apelo quase que chorando para que elas cuidem de suas casas”.


Ana Paula diz que, com a covid-19, as pessoas esqueceram que temos outras doenças graves. “Todos estão dentro de casa, mas não estão cuidando de seus lares. Sabemos que o maior risco está dentro das residências, na bandeja da geladeira, no vaso sanitário, no vaso de planta, no ralo”.


A chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos diz que será “o caos” se forem necessários, em plena pandemia de covid-19, leitos também para dengue e chikungunya.


“Temos uma equipe muito boa e compromissada, que veste a camisa para traçar estratégias. Mexe com o nosso emocional cada um que morre, mas temos de continuar sabendo que as pessoas dependem das nossas ações. Só que precisamos da ajuda de todos”, desabafa Ana Paula.


Preocupação


Para o infectologista Eduardo Santos, a população precisa entender que deve fazer a sua parte para poder cobrar respostas das autoridades.


“Temos visto muita reclamação com relação ao que abre e fecha, sobre a falta de vacinas, enfim. Por outro lado, nas ruas ainda andam sem máscara, se aglomeram clandestinamente e não respeitam as regras mais simples, que estão há um ano sendo repetidas exaustivamente”.


O especialista diz que é natural que a cada dois anos aconteça um aumento no número de casos de dengue, mas a situação se agrava por conta de vivermos pandemia e epidemia ao mesmo tempo.
“As crianças e os adolescentes são os mais vulneráveis, pois ainda não tiveram contato com esses vírus que já circularam e a maioria já desenvolveu imunidade”.


Logo A Tribuna
Newsletter