Baixada Santista tem 24,3% dos leitos municipais de UTI ocupados

Embora o índice não pareça alto, algumas unidades já estão saturadas. Relaxamento do isolamento também preocupa

Por: Matheus Müller  -  23/04/20  -  01:33

A Baixada Santista continua abrindo vagas em hospitais de campanha e unidades municipais de saúde para atender o crescente número de infectados por coronavírus (Covid-19), embora os números apontem uma ocupação de 19,13% dos leitos clínicos e de 24,36% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os gestores, porém, destacam que um paciente em tratamento leva quase 15 dias para ser liberado.


O avanço da doença, o afrouxamento do isolamento e o tempo de recuperação daqueles que foram contaminados acendem um alerta no sistema de saúde que, segundo o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, já observa algumas dificuldades. 


De acordo com ele, os números enganam. Apesar de Santos apresentar 23,3% de ocupação dos leitos clínicos e 33,33% nas UTIs, algumas unidades já chegaram ao limite de atendimento, como são os casos do Hospital dos Estivadores, que não tem vagas na UTI, e da Santa Casa (SUS), sem mais leitos de clínica médica.


Ferraz explica que a cidade conta com 303 leitos na cidade – sob gestão municipal (230) e estadual (73) – e, em breve, serão abertos mais 227 leitos. Apesar das 530 vagas, ele destaca que moradores de outras cidades da região, que não dispõem da mesma estrutura, acabam procurando atendimento em Santos.


O secretário reforça, inclusive, que algo em torno de 40% desses pacientes, atendidos na cidade com sintomas de Covid-19, são dos municípios vizinhos.


São Vicente


A cidade conta com 53 leitos clínicos e 30 em UTIs, mas estão sem uso por falta de equipamentos. De acordo com a prefeitura, algumas unidades começarão a funcionar já neste fim de semana. Até lá, os pacientes com sintomas recebem os primeiros atendimentos e são encaminhados às unidades de referência.


Itanhaém


O município apresenta o maior percentual de ocupação dos leitos clínicos (100%), mas informa que já tem à disposição uma estrutura para o encaminhamento e tratamento de pacientes.


A cidade não conta com leitos de UTI. Nestes casos, a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) é acionada para dar o encaminhamento a alguma unidade. Muitos acabam no Hospital Regional Jorge Rossmann, que é administrado pelo estado.


Cubatão


Outro índice elevado é observado em Cubatão, onde 16 dos 18 leitos de UTI estão ocupados – representa 88,8% do limite. A prefeitura, porém, explica que tem trabalhado com ajustes diários para garantir o atendimento. Duas dessas vagas atendem pacientes com sintomas relacionados à Covid-19.


“O Hospital Municipal de Cubatão tem estrutura e capacidade física para novas ampliações tanto de leitos de enfermagem quanto de UTIs”. A administração municipal reforça que 10 novos leitos de UTI estão prontos e aguardam, apenas, a habilitação do Ministério da Saúde para atender pacientes com suspeita ou confirmação da doença.


Serviço de saúde municipal da Baixada Santista
Dados coletados nesta quarta-feira (22) 


Cidades Leitos clínicos, emergênciais e
semi-intensivos
Ocupação Taxa de ocupação   Leitos de UTI Ocupação Taxa de ocupação
Bertioga 17 8 47%   10 3 30%
Cubatão 25 7 28%   18 16 88,8%
Guarujá 98 7 7,14%   24 7 29,16%
Itanhaém 6 6 100%   0 0 0
Mongaguá 6 0 0   0 0 0
Peruíbe 6 1 16,6%   4 0 0
Praia Grande 92 21 22,8%   90 8 8,88%
Santos* 204 47 23,3%   99 33 33,33%
São Vicente 53 0 0   30 0 0
Total 507 97 19,13%   275 67 24,36%

* Santos apresentou os dados das unidades municipais e estaduais no mesmo balanço


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