A Baixada Santista continua abrindo vagas em hospitais de campanha e unidades municipais de saúde para atender o crescente número de infectados por coronavírus (Covid-19), embora os números apontem uma ocupação de 19,13% dos leitos clínicos e de 24,36% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os gestores, porém, destacam que um paciente em tratamento leva quase 15 dias para ser liberado.
O avanço da doença, o afrouxamento do isolamento e o tempo de recuperação daqueles que foram contaminados acendem um alerta no sistema de saúde que, segundo o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, já observa algumas dificuldades.
De acordo com ele, os números enganam. Apesar de Santos apresentar 23,3% de ocupação dos leitos clínicos e 33,33% nas UTIs, algumas unidades já chegaram ao limite de atendimento, como são os casos do Hospital dos Estivadores, que não tem vagas na UTI, e da Santa Casa (SUS), sem mais leitos de clínica médica.
Ferraz explica que a cidade conta com 303 leitos na cidade – sob gestão municipal (230) e estadual (73) – e, em breve, serão abertos mais 227 leitos. Apesar das 530 vagas, ele destaca que moradores de outras cidades da região, que não dispõem da mesma estrutura, acabam procurando atendimento em Santos.
O secretário reforça, inclusive, que algo em torno de 40% desses pacientes, atendidos na cidade com sintomas de Covid-19, são dos municípios vizinhos.
São Vicente
A cidade conta com 53 leitos clínicos e 30 em UTIs, mas estão sem uso por falta de equipamentos. De acordo com a prefeitura, algumas unidades começarão a funcionar já neste fim de semana. Até lá, os pacientes com sintomas recebem os primeiros atendimentos e são encaminhados às unidades de referência.
Itanhaém
O município apresenta o maior percentual de ocupação dos leitos clínicos (100%), mas informa que já tem à disposição uma estrutura para o encaminhamento e tratamento de pacientes.
A cidade não conta com leitos de UTI. Nestes casos, a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) é acionada para dar o encaminhamento a alguma unidade. Muitos acabam no Hospital Regional Jorge Rossmann, que é administrado pelo estado.
Cubatão
Outro índice elevado é observado em Cubatão, onde 16 dos 18 leitos de UTI estão ocupados – representa 88,8% do limite. A prefeitura, porém, explica que tem trabalhado com ajustes diários para garantir o atendimento. Duas dessas vagas atendem pacientes com sintomas relacionados à Covid-19.
“O Hospital Municipal de Cubatão tem estrutura e capacidade física para novas ampliações tanto de leitos de enfermagem quanto de UTIs”. A administração municipal reforça que 10 novos leitos de UTI estão prontos e aguardam, apenas, a habilitação do Ministério da Saúde para atender pacientes com suspeita ou confirmação da doença.
Serviço de saúde municipal da Baixada Santista
Dados coletados nesta quarta-feira (22)
Cidades | Leitos clínicos, emergênciais e semi-intensivos |
Ocupação | Taxa de ocupação | Leitos de UTI | Ocupação | Taxa de ocupação | |
Bertioga | 17 | 8 | 47% | 10 | 3 | 30% | |
Cubatão | 25 | 7 | 28% | 18 | 16 | 88,8% | |
Guarujá | 98 | 7 | 7,14% | 24 | 7 | 29,16% | |
Itanhaém | 6 | 6 | 100% | 0 | 0 | 0 | |
Mongaguá | 6 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | |
Peruíbe | 6 | 1 | 16,6% | 4 | 0 | 0 | |
Praia Grande | 92 | 21 | 22,8% | 90 | 8 | 8,88% | |
Santos* | 204 | 47 | 23,3% | 99 | 33 | 33,33% | |
São Vicente | 53 | 0 | 0 | 30 | 0 | 0 | |
Total | 507 | 97 | 19,13% | 275 | 67 | 24,36% |
* Santos apresentou os dados das unidades municipais e estaduais no mesmo balanço