Baixada Santista perde 10 mil crianças em duas décadas, diz Seade

Envelhecimento da população e planejamento familiar explicam fenômeno

Por: Eduardo Brandão  -  09/10/20  -  15:18
Os dados fazem parte de levantamento do TCE-SP relativo ao 3º bimestre de 2019
Os dados fazem parte de levantamento do TCE-SP relativo ao 3º bimestre de 2019   Foto: Reprodução

A participação da faixa etária de até 12 anos no total da população paulista caiu 25% na Baixada Santista nas últimas duas décadas: eram 302.176 crianças em 2000 e, 20 anos depois, são de 291.208. No mesmo período, a quantidade de moradores da região cresceu 24,3%.  


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As conclusões constam no cruzamento de dados feitos por ATribuna.com.br, com base à última atualização de projeção populacional paulista feita pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Conforme o órgão paulista, a evolução da população de crianças sofreu influência da queda das taxas de fecundidade, de 4,3 filhos por mulher para 1,7 filho.


De acordo com as informações do Seade, em 2000, as crianças com idade de até 12 anos representavam 22% da população média dos nove municípios da Baixada Santista. Neste ano, essa proporção caiu para 16,5% -- trata-se de uma retração de quase 25%. 


Santos registra o menor patamar regional, tendo apenas 13,44% da população na faixa etária abaixo dos 12 anos. Significa uma queda de quase 1,75 ponto percentual em relação ao recorte anterior, quando 15,19% dos santistas eram crianças.  Caçula da Baixada Santista, Bertioga tem a maior proporção, com 19,36% de sua população. No mesmo intervalo, o total de moradores locais subiu de 1.473.912 para 1.831.884. 


No Estado


De acordo com as informações do Seade, entre 1970 e 2020, a participação das crianças com idade até 12 anos no total da população paulista caiu pela metade: de 30% para 15%. Eram 5,3 milhões de crianças e, 50 anos depois, são 6,8 milhões, com crescimento médio anual de 0,51%. Nesse período, a população total mais que dobrou: de 17,7 milhões para 44,6 milhões de habitantes. A evolução da população de crianças sofreu influência da queda das taxas de fecundidade, de 4,3 filhos por mulher para 1,7 filho.


O órgão paulista destaca que a participação de crianças na população total, entre 2000 e 2020, apresenta tendência de queda em todos os municípios paulistas. Em 2000, cerca da metade dos municípios apresentava mais de 21% de sua população composta por crianças menores de 12 anos, sendo que em apenas dois municípios esta proporção correspondia a menos de 15%. Já em 2020, observa-se diminuição generalizada da participação do segmento infantil na população total.  


A maior parte de municípios (quase 60%) passou a registrar valores inferiores a 15%, não ocorrendo nenhuma participação de crianças na população total superior a 21%. A razão de sexo entre as crianças, que indica o número de meninos para cada grupo de 100 meninas, aumentou nos 50 anos analisados, com prevalência masculina crescente.


Para a Fundação Seadem, tal aumento resulta da redução da mortalidade infantil, que incidia mais fortemente sobre o sexo masculino. Em 2020, essa razão entre crianças (104,7) quase se iguala à razão de sexo ao nascer (próxima de 105).   


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