Baixada Santista fará diagnóstico para reduzir mortalidade infantil

Região tem o pior índice do estado e buscará melhorar o atendimento a gestantes e crianças com até 3 anos

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  29/08/19  -  00:41
Alguns dos eixos do trabalho com mães e crianças serão reforçados
Alguns dos eixos do trabalho com mães e crianças serão reforçados   Foto: Irandy Ribas/ AT

Com um dos piores indicadores de mortalidade infantil do estado, a Baixada Santista fará um diagnóstico para definir como enfrentar o problema. A Agência Metropolitana (Agem) e o Departamento Regional de Saúde (DRS-IV) encabeçarão os estudos.


O objetivo é adotar um plano semelhante ao do programa estadual Primeiríssima Infância, que visa à melhoria do atendimento e da assistência a gestantes e a crianças de até 3 anos. 


O projeto regional recebeu nesta terça-feira (27) a garantia do aporte de R$ 1,7 milhão, por meio do remanejamento de verba reservada, desde 2016, para um plano regional de mobilidade urbana, ainda não desenvolvido.


A criação de um grupo de trabalhos em Saúde e a mudança da fonte de financiamento foram aprovadas, nesta terça-feira, na reunião mensal do Conselho de Desenvolvimento da Região (Condesb). em Cubatão. A definição do plano ocorreu 15 meses após a apresentação inicial da proposta, em maio do ano passado.  


“Os índices de mortalidade infantil na nossa região são os mais altos no estado. Há a necessidade de uma ação específica nesse sentido”, afirma o presidente do Condesb e prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB).  


Em 2017, a Baixada Santista registrou 14,2 óbitos por mil nascidos vivos, conforme dados da Fundação Seade. Mongaguá (21,9), Peruíbe (16) e Bertioga (15,2) tiveram os piores resultados. Itanhaém (6) e Santos (10,7), os melhores. No estado, a taxa média foi de 10,7 mortes por mil nascidos vivos. O melhor indicador estadual ocorreu na região de Franca, com 8,1 óbitos por mil.


Articuladora do Primeiríssima Infância na região, a enfermeira Janete de Araújo afirma que o trabalho se baseia em seis eixos: formação técnica, reforço no pré-natal, parto natural, educação infantil, espaços lúdicos e mobilização social articulada nas cidades. Ela explica que cada município se planejará conforme as demandas locais.


“O objetivo é a redução nos índices de mortalidade de crianças de até 3 anos, que hoje são muito altos”, diz a diretora executiva da Agem, Raquel Auxiliadora Chini.  


Mobilidade  


Segundo Raquel, o remanejamento de verba para custear o programa de saúde não adiará o planejamento de mobilidade urbana. Debatido desde 2014, receberá em torno de 500 mil euros (cerca de R$ 2,3 milhões) de uma agência francesa e de outra alemã. A diretora executiva afirma que a minuta para o acordo está sendo traduzida. 


“Houve o interesse de outros países para entender como funciona nossa região e como conseguimos [fazer] sentar nove [dirigentes de] municípios para traçar um projeto metropolitano”, destaca.  


Com o dinheiro europeu, a proposta é atualizar o plano de mobilidade e integrar a Baixada Santista. “[O projeto] Tem o preceito de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Priorizando transporte público, calçadas, atualizar e integrar o plano cicloviário regional. Assim, o tempo que a pessoa perde no trânsito pode ser utilizado com a família”.


Três cidades receberão verba para projetos regionais 


Três cidades obtiveram verba para projetos de interesse regional em Mobilidade, Turismo e Saúde, nesta terça-feira, no Condesb – R$ 4,87 milhões ao todo. O dinheiro virá do Fundo Metropolitano, o banco do Condesb. 


Cubatão receberá R$ 3,37 milhões para pavimentação. O Fundo bancará 22% do investimento, que soma R$ 15 milhões. O restante virá da prefeitura.  


Bertioga terá R$ 957,2 mil para refazer a entrada da cidade na Avenida 19 de maio, com 9% de contrapartida municipal. Santos usará R$ 546 mil para equipar a Policlínica do Jabaquara.  


Devolução  


Após fracassos na contratação de empresas para os serviços, a Prefeitura de Guarujá pediu o cancelamento de dois convênios com o Condesb. Aprovado em 2015, o primeiro acordo, de R$ 185,6 mil, seria destinado a obras complementares do Estádio Municipal Antônio Fernandes.  


O segundo foi deliberado em 2017 e previa a requalificação do sistema viário de acesso intermunicipal. O trabalho custaria de R$ 450 mil. 


O secretário executivo do Fundo, Francisco Carlos Felippelli, explica que o dinheiro volta aos cofres da entidade e dependerá de novos projetos para ser novamente encaminhado à Prefeitura de Guarujá.


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