Baixada Santista encerra agosto com queda de 45,8% em abertura de empresas

Juntas, Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande tiveram 2.909 novos CNPJs; em agosto de 2019 foram 5.369

Por: Eduardo Brandão  -  10/09/20  -  09:40
ACS busca soluções para tentar agilizar retomada das atividades em Santos
ACS busca soluções para tentar agilizar retomada das atividades em Santos   Foto: Matheus Tagé

Na contramão do Estado, as cidades centrais da Baixada Santista tiveram um número tímido de abertura de novas empresas em agosto. Juntos, os quatro mais populosos municípios locais registraram uma queda de 45,8% em novos CNPJs na comparação com o mesmo mês do ano passado. Para economistas, o resultado sinaliza que a região deve demorar um pouco mais para se recuperar da retração nas finanças, gerada com a escalada da pandemia de Covid-19.


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De acordo com a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), Santos foi a cidade local que teve o melhor resultado em agosto: foram 1.507 empresa abertas no mês passado. A quantidade, contudo, está aquém dos 2.677 empreendimentos que se instalaram no município em agosto de 2019. Trata-se de uma diferença negativa de 43,7%, entre os dois recortes.


Guarujá, contudo, é a localidade com o maior tombo percentual. Em 2019, foram 824 novas empresas na Cidade, frente a 394 neste ano – uma retração de 52,2%. São Vicente (-50,3%, saldo de 723 em 2019 e 259, 2020) e Praia Grande (-43,3%, diferença entre 1.145 de 2019 e 649 neste ano) fecham a listagem local.


Para o economista Carlos João Castelo Branco, o resultado local sinaliza que a crise financeira foi mais agravada na Baixada Santista do que em outras regiões paulistas. “Por ter a finança baseada em serviços, turismo e no comércio, o litoral de São Paulo teve um resultado mais tímido do que a Capital e o Interior, por exemplo”, diz. "Com isso, deve levar mais tempo para se recuperar", continua.


Ele explica que o Estado de São Paulo registrou o maior número de abertura de empresas em agosto dos últimos 22 anos. No total, foram 22.825 novos registros na Junta Comercial, responsável pelos registros mercantis.


Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, esta foi a quarta alta seguida no número de abertura de empresa em São Paulo desde abril, quando foi perceptível a desaceleração devido à pandemia. “Estamos focados em gerar empregos e facilitar a criação de novos negócios. São iniciativas que visam estimular novos empreendedores e a economia”, diz a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Patricia Ellen.


A titular da pasta destaca que agosto também quebrou o recorde do ano em relação ao saldo líquido com 11.614 empresas. “Os números são macros e positivos, pois refletem a força do estado de São Paulo em se reinventar para contornar as mazelas causadas pela pandemia. Isso denota a resiliência e força do empreendedorismo paulista para se reerguer mesmo diante do cenário qual estamos vivendo”, ressaltou o presidente da Jucesp, Walter Ihoshi.


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