A Baixada Santista criou 2.702 empregos formais em novembro e passou a ter saldo positivo de vagas com carteira assinada neste ano. Todas as nove cidades fecharam o mês no azul. As estatísticas são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Serviços e comércio impulsionaram o resultado.
Santos foi a cidade local com maior saldo, de 1.113 postos em novembro. Depois, Praia Grande, com 940. No acumulado do ano, a região abriu 2.156 empregos, e Praia Grande está à frente, com 1.758. Guarujá e Bertioga permanecem com total anual negativo (veja quadros).
Os salários médios nas funções que mais admitem, porém, caíram. Em Praia Grande, o valor pago a um vendedor de comércio varejista baixou 10,3%, de R$ 1.557,40 em novembro de 2018 para R$ 1.397,35 neste ano. Em Santos, os ganhos de carregadores de armazéns diminuíram 1,7%, de R$ 3.358,95 para R$ 3.303,22. Como os valores não estão corrigidos, a diferença real é maior.
Expectativas melhores
Economistas ouvidos por A Tribuna consideram que o maior número de empregos reflete dados favoráveis e expectativas melhores quanto à economia do País.
A queda salarial se deve a dois aspectos. Um deles é nacional. Com desemprego ainda elevado e informalidade crescente, oferecem-se salários menores nas vagas com registro profissional que surgem.
Outro fator é regional. Segundo o economista e professor universitário Jorge Manuel de Souza Ferreira, as atividades principais na Baixada são prestação de serviços (1.364 contratados em novembro) e comércio (1.225). “Criam-se empregos básicos, para quem está em começo de carreira”.
Expectativas
Para Ferreira, os números em alta significam um ciclo de recuperação em andamento: empresários e consumidores têm “percepção” de melhora, que causa impacto favorável nas contratações e, gradualmente, ajuda a reduzir o desemprego.
Somadas, ações do Governo, como favorecer o crédito bancário por meio da redução de juros, representam uma “política de expansão” econômica.
Contudo, o economista e professor universitário José Pascoal Vaz observa que os salários em queda podem enfraquecer a recuperação do emprego e, em médio prazo — três ou quatro anos — ampliar a desigualdade social e econômica.
Vaz resume: se os ganhos baixam, o poder de compra cai; com o mercado menos movimentado, aumenta o risco de desemprego. “Não se dinamiza a economia. O trabalhador fica sem renda para ir à rua gastar”, diz.
Brasil e Estado
Também com destaque para serviços e comércio, estimulados pela proximidade das festas de fim de ano, abriram-se 99.232 empregos formais no País em novembro. Em 11 meses, foram 948.344 novas vagas.
São Paulo também terminou o mês com saldo favorável, de 23.140 postos de trabalho. De janeiro a novembro, 289.513 lugares, dos quais 180.383 em serviços.