Baixada Santista é reclassificada à faixa laranja, com tendência de amarela

Nomenclatura passa a ser atribuída com uma semana de atraso, conforme análise de prefeitos da região; com isso, eleva-se tipo de comércios e serviços autorizados nas cidades

Por: Eduardo Brandão  -  10/06/20  -  17:49
Atualizado em 10/06/20 - 17:51
Governador apresentou os princípios básicos do programa para a retomada econômica paulista
Governador apresentou os princípios básicos do programa para a retomada econômica paulista   Foto: Divulgação/ Governo SP

O governador João Doria (PSDB) elevou, no começo da tarde desta quarta-feira (10), as cidades da Baixada Santista na classificação da fase vermelha (etapa 1) para a cor laranja (2) no Plano São Paulo, que estipula regras para flexibilização da quarentena. Aguardada desde a semana passada, quando o chefe do Executivo paulista frustrou os planos de retomada econômica de prefeitos locais, a nomenclatura possibilita um leque maior de setores comerciais e de serviços a terem autorização de funcionamento em meio às medidas de isolamento social. 


A reclassificação entre os cinco níveis de permissão de retomada econômica paulista foi possível após comprovação de números de leitos ociosos e de casos confirmados de Covid-19 nas cidades. Esses são alguns dos critérios determinados por técnicos estaduais para a liberação gradual de atividades comerciais. O anúncio foi realizado durante coletiva diária, no Palácio dos Bandeirantes, para apresentar dados atualizados da pandemia no Estado.


“O Plano SP é um GPS que nos guia, orientado pela Medicina e com a contribuição de setores econômicos para sairmos da crise com segurança e maior número de vidas salvas”, diz o governador João Doria (PSDB). 


ATribuna.com.br apurou que, nesta quarta (10), os indicadores regionais sinalizam um “viés” amarelo (fase 3, com maior número de segmentos autorizados a funcionar). Caso os números sejam mantidos nos próximos 14 dias, a Baixada Santista subiria para a faixa intermediária entre as cinco faixas de reabertura econômica. 


Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a inclusão das cidades locais na faixa intermediária no Plano SP só não ocorreu nesta terça-feira devido à taxa de ocupação de leitos. 


Segundo dados do Estado, 70% das vagas destinadas ao combate da Covid-19 nas nove cidades da região estão ocupadas, sendo 10% acima do limiar determinado pelos técnicos paulistas para a fase 3 (amarela)."A Baixada Santista está na fase laranja (2) somente pela taxa de ocupação de leitos", destaca.


Laranja


Com reclassificação atual, as cidades locais saem do nível vermelho (alerta máximo) e podem iniciar a retomada gradual das atividades econômicas. “Houve uma melhora na Baixada Santista, Vale do Ribeira e Região Metropolitana de São Paulo (nos indicadores). Lembrando que é controle. Isolamento social é a chave neste processo. Essa melhora precisa ser mantida”, diz a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen. 


Na etapa laranja são liberados escritórios, imobiliárias, concessionárias, shoppings e o comércio. Vinholi sustenta que a mudança de classifição ocorrerá na segunda-feira (15). "Até domingo (14) segue a quarentena atual", diz.


Desta forma, a flexibilização do comércio regional será possível apenas na próxima semana. A determinação impede, por exemplo, a reativação dos segmentos em Santos e Praia Grande, que esperavam a retomada dos setores nos próximos dias. Vinholi aconselha aos gestores locais a "pactarem com representantes do comércio as próximas fases" de flexibilização para a preservar a vida da população. 


Caberá a cada município da região definir quais segmentos e as regras de reabertura desses espaços. O aval do governo estadual era a etapa decisiva para Santos, Praia Grande e Guarujá editarem decretos locais permitindo a liberação de espaços comercias.


O governador comentou ainda o caso de São Vicente, que liberou atividades comerciais no começo do mês em, desde segunda-feira (8), o shopping da Cidade. Contudo, a Justiça determinou que o município retornasse às regras da quarentena estadual, que possibilita a abertura de apenas setores essenciais. "Essa é uma medida que está sendo adotada em todos os locais que liberam o comércio. Nossa orientação aos prefeitos é que aguardem (a reclassidicação), pois não é prudente autorizar as atividades e 48 horas depois terem que recuar".


Nova quarentena


Doria anunciou ainda a ampliação das regras de isolamento social no Estado entre os dias 15 e 28 de junho. "Será uma quarentena heterogênia para aplicar o Plano SP", afirma o governador. 


Pela reclassificação aprensetada nesta terça-feira, apenas três das 17 regiões administrativas estão na etapa mais rígida, conforme as medidas para flexibilização econômica do Estado. São elas: Franca, Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Essas localidades apresentaram elevação no número de contágio e de ocupação de leitos. 


As demais regiões, a exemplo da Baixada Santista, foram alocadas na faixa laranja. "Nosso desafio é estar um passo à frente da pandemia e garantir atendimeto a todos os brasileiros do Estado de São Paulo", continua o governador.


Ainda conforme Doria, as regras de isolamento social adotadas desde o final de março evitou, ao menos, 95 mil mortes por Covid-19. "São 40 vidas salvas por hora, e evitamos que 10 pessoas sejam contaminadas por minutos", afirma. O governador citou ainda ter dobrado o número de leitos de UTI na rede SUS no Estado em "apenas 45 dias". Pelos números apresentados, foram incluídos mais 7,1 mil leitos para o atendimento exclusivo aos pacientes com sintomas de coronavírus.


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