Apesar de melhora nos indicadores, Baixada Santista continua na fase laranja

Dados locais divulgados pelo Estado possibilitariam elevar a região para à faixa amarela e, assim, liberar bares, restaurantes e salões de beleza. Essa classificação foi permitida na Capital

Por: Eduardo Brandão  -  26/06/20  -  18:23
Atualizado em 26/06/20 - 18:24
Estado adota sexta prorrogação da quarentena paulista para conter o avanço da Covid19
Estado adota sexta prorrogação da quarentena paulista para conter o avanço da Covid19   Foto: Divulgação/Governo do Estado de SP

O governador João Doria (PSDB) manteve, no começo da tarde desta sexta-feira (26), as cidades da Baixada Santista na classificação da fase laranja (etapa 2) no Plano São Paulo. Havia a expectativa de que a região fosse elevada para o tom amarelo (terceiro, com maior liberação de atividades comerciais), o que aconteceu apenas na Capital e algumas cidades da Grande São Paulo. Com isso, são mantidas as mesmas regras que possibilitaram a reativação do comércio e shopping, por apenas 4 horas por dia. 


O anúncio foi feito em entrevista coletiva diária no Palácio dos Bandeirantes, com as informações relativas do avanço da pandemia no Estado. Na ocasião, Doria anunciou a sexta prorrogação da quarentena paulista e a migração da pandemia para o interior do paulista. O novo prazo passa a ser contado na segunda-feira (29), com fim previsto para 14 de julho. “Nenhuma área (administrativa) do Estado está livre do avanço da doença”, diz o governador João Doria (PSDB). 


Conforme apurado por ATribuna.com.br, a taxa de ocupação de leitos nas nove cidades da Baixada Santista está abaixo de 60%. Essa marca garantiria a inclusão das cidades locais na fase amarela, que permitiria a retomada de setores de bares, restaurantes e salões de beleza - que poderiam ser reabertos com o atendimento presencial, desde que com restrições. “As avaliações são técnicas para acompanhamento, avaliação e execução do Plano São Paulo”, diz Doria. Vale do Ribeira manteve-se na fase vermelha, a mais rígida da estratégia do governo estadual.


Essa tendência de “viés” amarelo já era sinalizada pelo governo paulista nas últimas semanas. Contudo, o critério de variação de óbito por Covid-19 fez com que a Baixada Santista fosse mantida na classificação anterior.Essa taxa está em 1,61, meio ponto percentual acima da média do Estado e superior à da Capital, que aferiu 0,98 (o que a coloca na fase amarela). Com isso, nada muda no comportamento local do comércio e de serviços, sendo ainda aplicadas as regras definidas nas últimas semanas, que possibilitaram a abertura do comércio e shopping com capacidade de 20% das áreas e por apenas quatro horas por dia.


Na última semana, as cidades regionais apresentaram melhora de indicadores que fazem parte da avaliação para determinar em qual estágio se encontra na quarentena. Entretanto, a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva, informa que a variável entre taxa de contágio e leitos desocupados na Baixada Santista ainda é superior ao da Capital (razão pela qual a cidade de São Paulo avançou à fase amarela). 


O que mudaria no amarelo? 


Caso a Baixada Santista fosse reclassificada nos critérios estaduais, as cidades locais sairiam do nível laranja (que sinalizava uma reativação econômica) para avançar mais um degrau na retomada gradual das atividades econômicas. Nesta etapa, comércio e shopping recebem autorização para ampliar a capacidade de público para 40%, com até seis horas diárias de funcionamento – até então, as regras estipulavam 20% de utilização dos espaços comerciais e até quatro horas de atividades.


Já bares e restaurantes poderiam funcionar, mas com capacidade limitada a 40% dos espaços e consumo apenas em áreas arejadas (somente ao ar livre). Regras similares se aplicariam aos salões de beleza e barbearia, por apenas seis horas diárias. A reativação desses segmentos antes da maior flexibilização por parte do Estado fez com que o Judiciário exigisse o recuo nas regras municipais.


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