Após tragédia, chuva deve persistir até sexta, mas com volume menor

Frente fria se afastou, mas sistema de baixa pressão no oceano lançará umidade em direção ao continente que, somada com a umidade da Amazônia, provocará chuva em pontos isolados

Por: Maurício Martins  -  04/03/20  -  09:52
Duas pistas da Avenida Nossa Senhora de Fátima alagadas
Duas pistas da Avenida Nossa Senhora de Fátima alagadas   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A quantidade de água que gerou a tragédia na madrugada desta terça-feira (3) na Baixada Santista, com 19 mortos e 29 desaparecidos até o momento, não deve se repetir nos próximos dias. A previsão ainda é de chuva, mas moderada, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe).


A Defesa Civil do Estado afirma que a frente fria já está afastada de São Paulo, mas, ainda assim, um sistema de baixa pressão no oceano lançará umidade em direção ao continente que, somada com a umidade da Amazônia, provocará chuva em pontos isolados da Baixada Santista.


“Essa precipitação será em forma de pancadas, com momentos mais persistentes, que elevarão ainda mais os acumulados de chuva na região. Por conta de o solo já estar completamente encharcado, o risco de transtornos continua elevado”. 


Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um fenômeno meteorológico que puxou a umidade das nuvens na terça-feira, concentrando um volume grande de chuva na região. O nome é vórtice ciclônico na média troposfera. Com isso, em 12 horas, choveu mais do que o esperado para todo o mês de março na Baixada. 


Destruição


O cenário foi de destruição em todas as cidades da Baixada Santista, com avenidas completamente alagadas, canais transbordando, carros boiando, garagens inundadas e bairros que viraram rios. Os municípios com ocorrências mais graves foram Guarujá, São Vicente e Santos. As duas primeiras decretaram estado de calamidade pública, enquanto a última, situação de emergência. 


Áreas de risco 


A situação pior foi em Guarujá: dez pessoas morreram no Morro do Cantagalo e cinco no Morro do Macaco Molhado. Outras 22 estão desaparecidas. Na cidade, dois bombeiros que participavam das buscas também morreram soterrados. Todas essas ocorrências foram em áreas de risco ocupadas na cidade. O número de desabrigados chega 156 no município.


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