Amores sem limites na TV e na vida real

Novela das 9 trará dramas da maternidade

Por: Nathália de Alcantara & Da Redação &  -  24/11/19  -  23:48
Maria José ficou viúva quando Igor tinha 10 meses e trabalhou dia e noite para manter a casa
Maria José ficou viúva quando Igor tinha 10 meses e trabalhou dia e noite para manter a casa   Foto: Divulgação

Amor de Mãe é o nome da nova novela das nove da Globo, que estreia nessa segunda-feira (25). A trama mostrará dramas e reviravoltas que envolvem o tema maternidade, mas A Tribuna encontrou histórias da vida real que também poderiam estar nas telinhas.


Uma delas é a da Maria José Pinho, de 74 anos. Assim como a personagem Thelma, que ganha vida com a atriz Adriana Esteves, Maria José ficou viúva e criou sozinha o filho Igor.


A professora diz que foi muito difícil quando o marido morreu e ela se viu sozinha com o filho de 10 meses. “Foi algo muito dolorido e sofrido, uma loucura. Estava sem casa, sem dinheiro e sem marido. Precisei trabalhar dia e noite para manter a casa e sustentar meu filho”.


Maria José diz que, apesar de ficar com o coração na mão, ela tinha de sair para trabalhar. “O sofrimento era não conseguir ver meu filho começar a falar, engatinhar, andar. Minha mãe me ajudou muito, mas eu sentia muito a falta do meu menino”.


Entre os dias mais difíceis, estavam comemorar os aniversários só com a mãe e o Dia dos Pais. “Ele me perguntava o motivo do pai ter morrido cedo e eu sempre explicava que o pai estava com papai do céu. Ele chorava muito e era bastante difícil”.


Thelma e Maria José são guerreiras e criaram seus filhos com muita batalha até ficarem adultos. Hoje, Igor tem 30 anos. “O coração da gente sangrou muito com essa situação, mas meu filho é meu tudo e sempre me deu forças. Ele é meu amigo, meu confidente, meu companheiro”.


Abandono


A dona de casa Maria dos Santos Santana, de 67 anos, lembra até hoje quando ouviu um choro de bebê vindo de sua porta, então no Jóquei Clube, em São Vicente.


“Não sei explicar direito, porque foi meio que um sexto sentido. Eu decidi abrir a porta de casa, porque sentia que tinha alguém precisando de mim muito perto”.


E tinha mesmo. Assim como o encontro de Lurdes, personagem de Regina Casé, Maria encontrou a filha abandonada. Na novela, a recém-nascida Camila foi deixada no meio da estrada. Na vida real, Denise foi colocada na porta de casa.


“Assim eu conheci o amor. Seria o primeiro de três. Outros dois vieram da barriga, mas o sentimento que preenche o coração de mãe é o mesmo. Só quem vive a maternidade, seja biológica ou não, sabe o tamanho disso”.


"Ser mãe é uma realização", diz Jaqueline   Foto: Divulgação

Filhos da alma e do coração


Foram três abortos, aos 5, 4 e 7 meses, antes de ela decidir entrar na fila da adoção. Ao contrário do que será vivido pela personagem Vitória (Taís Araújo), a técnica de enfermagem convenceu o marido Osvaldo a adotar uma criança. Um ano depois, Guilherme chegava na casa deles, aos 7 meses. “Descobrimos com pouco mais de um ano que ele tem autismo. Decidi que não teria mais filhos e me dedicaria só a ele”, conta Jaqueline Sales Teles Oliveira, 37 anos, técnica de enfermagem.


Quando Guilherme estava com 8 anos, Jaqueline descobriu uma nova gestação. O bebê nasceu prematuro, aos 6 meses, e morreu logo depois. Sem planejar, ela engravidou novamente e viveu nove meses de repouso absoluto na casa da família, no Parque Continental, em São Vicente. Hoje, a pequena Laura, de 9 meses, completa a família. “Ser mãe é uma realização. Vivi emoções diferentes ao me tornar mãe adotiva e biológica, mas o amor é o mesmo. São duas histórias diferentes, mas igualmente apaixonantes”.


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