Alunos da Baixada Santista ficam perto da nota máxima na redação do Enem; veja quem são

Inep divulgou nesta sexta-feira as notas individuais das provas do exame

Por: Tatiane Calixto  -  18/01/20  -  09:29
Ana Carolina, Laice, Milene e Cristiano se aproximaram de nota máxima na redação do Enem
Ana Carolina, Laice, Milene e Cristiano se aproximaram de nota máxima na redação do Enem   Foto: Arquivo pessoal

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta sexta-feira (17) as notas individuais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E na temida redação, entre os 4 milhões que fizeram a prova, 53 estudantes emplacaram a tão sonhada nota mil, a máxima. Já outros 143.736 zeraram ao tentar falar sobre a“Democratização do acesso ao cinema nopaís”.


A Baixada Santista teve candidatos bem perto da nota máxima. Entre eles, Milene Berti, de 17 anos, aluna do Colégio Objetivo, que alcançou 960. “É uma felicidade e um alívio, porque a gente se dedica muito”, conta ela, que mora noMarapé, em Santos.


Para Milene, que já tinha prestado o Enem uma vez como treineira, o principal foco durante a preparação foi na intertextualidade. “Eu foquei na leitura de diversos textos de Sociologia, Filosofia, para aumentar meu repertório e conseguir montar minhas argumentações utilizando outras obras”.


Todos os esforços de Milene estão voltados para conquistar uma vaga no curso de Medicina. Ela ainda aguarda ansiosa a abertura do Sisu para ver se consegue seu objetivo. Mas garante saber que essa é uma caminhada, geralmente, mais longa.


“Eu estudei bastante, mas sempre tive em mente que a maioria das pessoas tenta mais de uma vez. Por isso, fui bem tranquila para a prova, o que fez a diferença. A parte emocional é muito importante. Então, ajudou entender que se não for agora, posso tentar novamente”.


E é tentando novamente que Cristiano Santos de Oliveira, de 20 anos, atingiu 900 na redação do Enem. É a quinta vez que ele, morador da Vila Mathias, em Santos, presta a prova. Foram duas como treineiro e três para valer.


A ansiedade a partir de agora foi multiplicada. Ele que também sonha em cursar Medicina em universidade pública, já começou a fazer algumas simulações com as médias que tirou no Enem. “Acredito que seja possível”. Cristiano, que se formou em escola pública, fez o cursinho popularEducafroe estudou em plataformas online, focando na estrutura do texto e gramática. “Eu não esperava esse notão. Mas estou feliz porque me esforcei”.


E para Cristiano, esse possível vale muito. “Sou de escola pública e não é fácil, até porque todos sabemos que o ensino público não é um dos melhores. Equando o assunto é vestibular, todas emoções aparecem como um combo: ansiedade, estresse, medo... Para manter a cabeça no lugar, é muito difícil”.


Ana Carolina Silva Canoilas sabe disso. Ela foi aluna do cursinhoEducafroe afirma que muitos conteúdos que caíram na prova ela só viu no cursinho. E os treinos e dicas de como estruturar o texto valeram muito. Ela tirou 880 na redação. “Adivinhar o tema é muito difícil. Por isso, o importante é saber estruturar o texto para escrever sobre qualquer tema”, aconselha ela que tem 19 anos e mora na Vila Mathias.


“Tirei 800 e, para mim, foi um progresso. Em 2015, quando tentei o Enem, minha redação foi 630. Agora, ano passado, me superei. As dicas do cursinho foram muito importantes. Parece óbvio, mas ter uma redação com começo, meio e fim é fundamental”, conta ela, aluna doEducafro. A média de proficiência na redação do Enem este ano foi de 592,9. Assim como Milene, Cristiano e Ana Carolina, Laice Santos Silva Barreto também ficou bem acima da média.


Laiceafirma que não esperava o tema, mas o considera importante porque o cinema é uma forma de abrir horizontes e, apesar disso, muitos brasileiros ainda não têm acesso. “Mas, no fundo, minha nota foi uma surpresa, porque eu faltei em algumas aulas do cursinho porque precisava trabalhar. Meus pais estão desempregados e eu estou ajudando a sustentar a casa”.


O sonho dela é cursar Psicologia, masLaice, que mora na Vila dos Pescadores, em Cubatão, ainda tem dúvidas se com a nota que tirou no Enem conseguirá entrar. “Tenho outras opções, mas vamos esperar o Sisu”.


Cursinhos presenciais foram interrompidos por causa da pandemia
Cursinhos presenciais foram interrompidos por causa da pandemia   Foto: Rogério Soares

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