Ônibus vazios marcam 1º dia de restrições no transporte público da Baixada Santista

Veículos praticamente vazios circulam por Santos e Guarujá; ônibus intermunicipais são exceção

Por: Rosana Rife  -  27/03/20  -  19:37
  Foto: Carlos Nogueira/AT

No primeiro dia da medida que restringe o número de passageiros no sistema de transporte público municipal na Baixada Santista, a maioria das cidades registrou ônibus e pontos de embarque praticamente vazios.


Já os veículos das linhas intermunicipais, que não são atingidos pela medida, estavam lotados e até com passageiros em pé nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (27) - em especial os que passam por São Vicente.


Só que, mesmo nas cidades onde tudo estava tranquilo, havia queixas nos pontos. Em Santos, o problema era o tempo de espera. “Eles [ônibus] estão demorando mais. Mas entendo que essas medidas são necessárias e os veículos estão vindo mais vazios, sim, e não só hoje”, conta a diarista Josefa Bulhões, de 62 anos.


Ela diz que tem ido trabalhar três vezes por semana e já encontrava lugar de sobra nos coletivos. “Fico mais tranquila, porque não tem aglomeração. Nesses dias, é fundamental”.


Vera Lúcia Pinheiro, de 57 anos, também tem mantido a rotina de trabalho. Ela atua na área de saúde, como auxiliar de enfermagem. “A gente acaba chegando atrasada porque tem menos ônibus. Mas eles estão mais vazios. Só que, mesmo assim, você ainda vê muita gente na rua, a maioria idoso e sem se proteger. É preciso consciência”.


Em Guarujá, mesmo no horário de pico, não havia lotação, dizem motoristas de várias linhas e o pessoal do setor de apoio. Eles não quiseram se identificar. E bastou uma volta pelas ruas do município para comprovar a situação. Eram raros os pontos em que havia mais de cinco passageiros.


A aposentada Marluza Leite Pena, de 68 anos, saiu de Vicente de Carvalho às 7h para ir ao Centro. "Tinha duas pessoas no ônibus. Antes, estaria lotado".


A dona de casa Elizabete Ferreira da Silva, de 66 anos, também estava surpresa. "Nunca vi isso na minha vida. Só seis pessoas estavam no circular cedinho. Fui receber o Bolsa Família. Só saí de casa por isso".


Isabela Cunha Teixeira, de 23 anos, tem saído todos os dias e estranhado o cenário nos ônibus. Ela, que é estudante do curso de Farmácia, precisava ir ao estágio. "O ônibus tem demorado mais. Porém, vem bem vazio. É estranho, porque dá até para escolher lugar para sentar. Outro dia só tinha eu e o motorista".


Procurada para comentar sobre os veículos intermunicipais lotados, a EMTU informou que houve redução do número de viagens das concessionárias devido à "significativa queda de demanda nos últimos dias” e que seus agentes e do Consórcio BR Mobilidade estão nas ruas para monitorar a operação e providenciar ajustes. “No geral, as linhas operam com passageiros sentados e eventualmente alguns em pé”.


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