A última quadra da Rua Itororó, antes de chegar na Avenida São Francisco, no Centro de Santos, é tomada por música e muita cor de frutas, verduras e peças de artesanato todo sábado. Das 8 às 14h, uma feira para o trânsito da rua para que visitantes e moradores de bairros vizinhos possam dar vida ao local.
Cuidando para que as orquídeas ficassem confortáveis embaixo de sua tenda, o diretor técnico das associações de orquidófilos de Santos, Guarujá e Bertioga, Paulo Cunha, aprovou o primeiro dia na feira. “Está ótimo! Gostei dessa alternativa durante esse período de pandemia”.
A gerente administrativa da CDL-Santos, Maria Cristina dos Santos, explica que a feira livre era um pedido antigo da Sociedade de Melhoramentos do Monte Serrat. Agora, o espaço tem até música que vem de uma caixa de som no chão.
“As pessoas voltarão a curtir o Centro e ainda terão os artesãos para aumentar o movimento. A iniciativa ajuda quem quer trabalhar, traz movimento ao Centro de Santos e atende ao pedido da população. É bom até para o emocional, para quem quer sair, ver gente e respirar um pouco”.
A ideia é que, ao menos uma vez ao mês, a feira ofereça apoio jurídico com consulta ao SPC/ Serasa. “Estamos pensando em tudo devagar e de uma forma que garanta a segurança das pessoas”, diz Maria Cristina.
Da barraca de frutas, Temisto Tadeu Alves de Siqueira mexia com quem passava na rua. Ele comemora o terceiro sábado no Centro. “Está cada semana melhor. Antes, eu alugava uma banca para ficar e não estava compensando. Sou feirante a vida toda e é um vício”.
Na calçada, Eliane Santos Garcia, Sandra Regina Oliveira e Sandra Helena de Souza Campos tomavam sol e produziam mais peças de artesanato para suas barracas enquanto colocavam o papo em dia. Elas estimam que cada peça demore de duas a três horas para ficar pronta.
“Está maravilhoso. É um espaço bom e precisa de divulgação para as pessoas virem até nós”, diz Sandra Helena, fazendo um pano de prato com bico.
Quem concorda com ela é Sandra Regina, que não tirava os olhos do seu fuxico. “O fluxo é bom e aumenta a cada semana. O Centro precisa estava apagado e isso ajuda a revitalizar, além de contribuir com as nossas vendas”.
Criando uma passadeira de crochê, Eliane explica que o trabalho artesanal é como uma gestação. “Pegamos a matéria-prima, olhamos para ela e criamos. Nosso trabalho ganha forma, tem vida e é gerado”.
Aprovado
Quem esteve no local também aprovou a feira, que está no local desde setembro, mas cresce a cada sábado. “Estávamos precisando de algo assim. Antes, a única alternativa era a feira de domingo perto da Rodoviária”, explica a auxiliar de serviços gerais Maria do Socorro.
A irmã, que combinou de ir até o local para fazer umas compras para casa e ainda fazer um passeio, diz que prefere adiantar a feira no sábado. “Estamos sempre aqui e a feira está de fato aprovada”, diz a aposentada Maria de Fátima.