Flip 2019 homenageará Euclides da Cunha

A17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty acontece entre os dias 10 e 14 de julho

Por: Matheus Müller  -  13/11/18  -  15:09
  Foto: Reprodução

A programação ainda não foi definida, mas a 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre os dias 10 e 14 de julho de 2019, na cidade do litoral carioca, já tem um homenageado: o jornalista e escritor Euclides da Cunha (1866-1909).


A curadora do evento será a editora da Revista 451, Fernanda Diamant, que promete um festival com um tema mais voltado para o cotidiano do brasileiro. “Quando fui anunciada, disse que diminuiria um pouco as obras de ficção. Nesse momento político, devem aparecer mais os trabalhos sobre esse assunto”.


Desde as primeiras edições, a Flip oferece aos participantes uma festa cultural onde a literatura serve de base para tudo. Nesse encontro de autores, onde o público é convidado, são debatidos diversos temas, como teatro, cinema e ciência, de forma intimista e informal.


A ideia de homenagear escritores brasileiros, assim como Euclides da Cunha será no próximo ano, é vista pela organização do evento como uma forma de preservar, perpetuar, difundir e valorizar a língua portuguesa e a literatura do País.


No caso do escolhido da próxima edição, Fernanda destaca que se trata de “um grande escritor do ponto de vista formal, um autor brilhante, que não era de ficção, pois era jornalista”.


Segundo a curadora, as obras de Euclides da Cunha têm muito a ver com o que o Flip espera trazer em 2019, algo mais realista. “A obra principal dele (Os Sertões) nasceu após ter sido enviado por um jornal para cobrir a Guerra de Canudos, na Bahia. E a partir do massacre ele escreveu (o livro) em que fala sobre a história do Brasil, da geografia, de teorias filosóficas, preocupações científicas, sociológicas, mostrando a importância do Jornalismo”.


Legado


Um evento como o Flip aponta aos autores tendências e faz surgir novas ideias. Questionada se os assuntos políticos do País devem ser mais explorados pelos escritores nos próximos anos, Fernanda afirma que não é possível fazer tal previsão, mas ressalta que as gerações pós-ditadura nunca viveram esse tema de maneira tão intensa como agora.


“As pessoas e todos os intelectuais estão vivendo esses pensamentos. Isso mexe com elas e com o que estão fazendo. Agora, isso pode se transformar em forma literária, ficção, não ficção. Não dá para saber”.


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