Em sua primeira missão no Porto de Santos, o porta-helicópteros multipropósito Atlântico será aberto à visitação pública neste domingo (25), no Cais da Marinha, a sede da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) no complexo marítimo. A embarcação, que chegou ao Brasil em 25 de agosto, realiza exercícios que integram o programa de treinamento da tripulação, conduzido por oficiais e praças do Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. O navio deixará a Cidade nesta segunda-feira (26).
O Atlântico é a mais nova embarcação da Marinha do Brasil e se tornou o principal da esquadra (nau-capitânia), posto que era ocupado pelo porta-aviões São Paulo, já desativado. Ele é comandado pelo capitão de mar e guerra Giovani Corrêa.
O público poderá visitar o porta-helicópteros das 14 às 18 horas. O horário limite de acesso dos visitantes será às 17h45. A entrada é gratuita. O Cais da Marinha fica entre os armazéns 27 e 29 do Porto.
Como é
A embarcação tem 203,4 metros de comprimento e 35 metros de largura. São utilizados dois motores de propulsão. Além da tripulação de até 300 tripulantes, ele pode receber mais 800 militares.
O navio, que chegou a Santos por volta das 9 horas de sábado (24), pode ser usado pela Marinha do Brasil no controle de áreas marítimas, no apoio à Força Naval e em operações de guerra e missões estratégicas logísticas, transportando militares, munições, suprimentos, água potável e equipamentos.
Ele conta com suporte hospitalar e, por isso, também pode atuar missões humanitárias, auxílio a vítimas de desastres naturais, evacuação de pessoal e em operações de manutenção da paz.
O porta-helicópteros reúne os mais modernos equipamentos da Marinha do Brasil para a segurança e a vigilância da área oceânica do País, segundo destaca o capitão de mar e guerra Giovani Corrêa, comandante da embarcação.
Ele explica que a segurança se dá principalmente por conta de um sistema de radares que monitora uma área de 150 milhas náuticas (277,8 km) de distância do navio.
Com isso, toda embarcação que se movimenta nesse raio é detectada a partir de um sistema de filtros, que informa qual seu tipo, o que está fazendo e se há suspeita de atividade ilegal.
"Há uma grande capacidade de controle de área. Temos um interesse muito grande sobre o Atlântico Sul porque cerca de 95% das nossas mercadorias transitam por aqui. A economia do Brasil é muito dependente do mar, o que se reflete no preço dos fretes e das mercadorias, tornando o Brasil mais competitivo", diz o comandante.
Apesar dessas capacidades, Corrêa acredita que a primeira missão do Atlântico seja de caráter diplomático, em auxílio humanitário ou em treinamento em outros países. "Essa comissão que estamos agora é parte da inspeção operativa. Viemos direto para o Porto de Santos e daqui vamos fazer exercícios no mar e retornar ao nosso porto sede, no Rio de Janeiro", explicou.
Viagem
Na atual viagem, o Atlântico conta com 432 homens a bordo. Ele deixou sua base, o Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro, na sexta-feira (23) e levou 24 horas para chegar à região.
O porta-helicópteros custou ao Brasil US$ 109 milhões, mas o governo britânico já havia desembolsado US$ 92 milhões em sua modernização, entre 2013 e 2014.
Para o comandante da embarcação, o nível de complexidade de um porta-helicópteros é muito grande. Isto faz com que a diversas áreas de apoio à atividade militar sejam envolvidas.
Inglaterra
De fabricação britânica, o Atlântico, ex-HMS Ocean (como era chamado antes de ser rebatizado pela Marinha do Brasil), tem capacidade para operar simultaneamente sete aeronaves em seu convés de voo.
Na Inglaterra, o navio participou de diversas operações de ajuda humanitária: em Honduras e Nicarágua, atingidas pelo furacão Mitch, em 1998; e nas ilhas do Caribe atingidas pelo furacão Irma, em 2017.
Em 2003, contribuiu com uma operação no Iraque, e em 2011, na Líbia. Em 2012, prestou apoio aos Jogos Olímpicos de Londres.