Em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, o PT traça sua estratégia eleitoral ao Palácio dos Bandeirantes. Após 12 anos de consenso na definição de nomes para concorrer ao Governo paulista, a legenda fará convenção, no sábado, para escolher o candidato ao cargo. Dois ex-prefeitos estão na disputa interna: Elói Pietá (Guarulhos) e Luiz Marinho (São Bernardo do Campo).
Presidente estadual do PT, Marinho tem vantagem sobre o concorrente. Seu nome tende a ser homologado neste final de semana como a opção do PT para outubro próximo. O ex-prefeito do município do ABC – berço da legenda – teve a candidatura referendada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministro da Previdência entre 2007 e 2008.
Ele foi lançado como pré-candidato com amplo apoio das bancadas do PT na Câmara e na Assembleia Legislativa, em dezembro do ano passado, com adesão de 11 mil filiados.
Porém, o plano de ter um só nome no partido para governador naufragou no final de dezembro passado: Pietá se inscreveu à disputa com o apoio de 7 mil militantes.
Ele incentivado pela corrente mais à esquerda da legenda. Pietá governou Guarulhos por duas vezes, entre 2001 e 2008, e foi derrotado no primeiro turno na eleição passada.
Nos bastidores, Marinho tentou inviabilizar a candidatura de seu concorrente. Ele buscou reagrupar a ala dissidente da agremiação, mas sem êxito.
“A convenção reafirma o compromisso original do PT aos princípios da democracia e da luta pelas garantias sociais e melhoria da vida da população brasileira”, resume a vereadora santista Telma de Souza, filiada ao PT desde sua fundação.
Coordenador da legenda na região, Alfredo Martins diz |
Além da divisão interna, o Partido dos Trabalhadores deverá ir à corrida eleitoral sem aliados históricos, como PDT e PCdoB – ambos negociam acordo com o PSB de Márcio França. “Vamos trabalhar com aliança possível. O tempo de TV não é fundamental para o PT, que já conta com 12% (do espaço televisivo)”, diz o coordenador da legenda na Macrorregião da Baixada Santista, Alfredo Martins.
Ele destaca que a composição para a disputa nacional teve influência para aglutinar legendas coirmãs no Estado. “O PDT tem candidato à Presidência da República. Para o Ciro Gomes (indicado da legenda), é vantagem ter um palanque no Estado, já que o PT terá candidatura própria para Palácio do Planalto”, considera o dirigente.
Os filiados também definirão os dois nomes do partido na disputa ao Senado. Concorrem o ex-deputado estadual Jilmar Tatto e os vereadores da Capital Eduardo Suplicy e Juliana Cardoso.