Após eleições, economia começa a sair do escuro, segundo consultores

Especialistas afirmam que fim do pleito abre espaço para perspectivas positivas, mas com restrições

Por: Da Redação  -  11/11/18  -  18:10
SincomércioBS espera crescimento dos lucros neste Natal, em relação a 2017
SincomércioBS espera crescimento dos lucros neste Natal, em relação a 2017   Foto: Fernanda Luz

Sem euforia, mas com otimismo. Foi o sentimento que consultores econômicos transmitiram em Santos aos participantes do encontro Cenário Econômico 2019 - Pós-Eleições, realizado pela Escola de Investidores de Santos. O objetivo da iniciativa, realizada no sábado (10), foi avaliar o cenário econômico brasileiro após a eleição presidencial e perspectivas para os próximos anos.


“O grande desafio que vejo nesse novo governo é ver os políticos e técnicos colocarem algumas medidas extremamente importantes para o mercado financeiro”, considera Giancarllo Chiaratti, sócio diretor da escola, que promoveu a palestra – proferida pelos consultores Adeodato Volpi Netto e Raphael Figueredo, sócios da empresa Eleven Financial.


Volpi entende que a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República deu fim a uma incerteza nacional. “O mercado não tem medo de crise, tem medo do escuro”, menciona.


“Não estou eufórico e nem acho que vamos virar a Dinamarca”, prossegue, mas “estamos em um momento de macro economia que é só não atrapalhar. A recuperação inercial (isto é, sem que haja interferências) já vai ser ótima”.


Para o consultor, um exemplo é a diminuição da taxa de desemprego. Em sua opinião, a reforma trabalhista instituída há um ano também melhorou as relações entre patrões e empregados. “Isso não é uma discussão de direitos, mas a importância dela (a reforma) para a economia”.


O que houve antes, para Volpi, foi uma bolha econômica. “Demos crédito para pessoas que nunca pouparam e acabaram se endividando. Mas, agora, estamos em um momento de geração de renda em todas as faixas. O nível de endividamento das família está na baixa históricas, não pela melhor razão do mundo, pois o banco parou de dar crédito e reduziram a dívida. Mas vejo um momento bem positivo”.


O consultor vê como dados favoráveis para uma retomada a atual taxa básica de juros (6,5%) e a inflação, de 4,56% nos últimos 12 meses (até outubro deste ano).


Cortes


O consultor econômico classifica o sistema fiscal como “completamente arrebentado” e cita o declarado compromisso do futuro governo de enxugar ministérios e melhorar a eficácia do setor público. “(Arrecadar) Imposto depende de atividade. O orçamento público brasileiro determina que, grosso modo, 91% do arrecadado tenha alocação obrigatória. Agora, se você encolhe demais essa arrecadaçãoporqueaatividade despenca, mas continua custando um caminhão de dinheiro, você quebra, e é isso o que estava para acontecer no Brasil”, comenta Volpi.


Para ele, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja uma “linha mestra” com a qual concorda: “O modelo ortodoxo, que é o Estado gastando menos, arrecadando mais e provendo seus papéis fundamentais”.


Política e economia


Adeodato Volpi Netto prevê que as discussões políticas sobre Bolsonaro perderão força à medida que a economia melhorar, desde que haja “grupo técnico engajado para isso”. “A política vai aonde vai o povo. Se tem uma melhora estrutural da economia, você enfraquece o discurso de quem combate esse modelo econômico. As pessoas têm mais dinheiro, podem voltar a pensar em comprar sua casa, viajar e poderão buscar uma educaçã omelhor”.


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