
Com a ajuda da GCM e do Samu, a criança nasceu sob o frio e chuva em local improvisado (Arquivo pessoal)
Uma mulher em situação de rua deu à luz uma criança na noite de sexta-feira (23), durante a chuva, dentro de uma barraca improvisada, instalada próxima de um aterro sanitário no Bairro Vila Sônia, em Praia Grande. Apesar do cenário insalubre e hostil à vida do recém-nascido, o pior foi evitado com a chegada da Guarda Civil Municipal. “Chegamos no momento certo”, afirma o GCM Gerson Gomes da Silva, que atendeu aos pedidos de ajuda.
Em patrulha pela Avenida dos Trabalhadores, a viatura foi abordada por pessoas em situação de rua que gritavam pedindo ajuda, para que socorressem à mãe que estava dando à luz. “Não era muito comum passarmos por ali, mas exatamente nessa hora a gente passou”, conta Silva.
“Eu não sabia qual era a situação ali. Eu me aproximei daquela casinha improvisada, e a mãe estava gritando desesperada. O neném já havia nascido, e ainda estava com o cordão umbilical”, relembra o guarda civil. “Nesse momento, estava chovendo muito e naquela região faz muito frio”.

O bebê nasceu em uma cabana improvisada pelos moradores em situação de rua (Arquivo pessoal)
Tendo acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Miguez precisava coordenar a situação em que se viu. estava dividido entre prestar apoio à mãe e recém-nascido e afastar os curiosos que se aproximavam da barraca. Foi assim que, talvez, o GCM tenha garantido o futuro da criança. “Eles queriam cortar o cordão umbilical com uma faca qualquer, suja. Orientei que não o fizessem”.
Com a chegada do Samu, a mulher recebeu o pronto-atendimento e o cordão umbilical do bebê foi cortado pelos socorristas. “Quando o médico cortou o cordão umbilical da criança, ele imediatamente a levou para dentro da ambulância, para mantê-la aquecida”.
Em seguida, a mulher e a criança foram levadas ao Hospital Irmã Dulce para serem atendidas na maternidade.
Miguez permaneceu no local para conversar com o pai da criança, também um morador em situação de rua, e orientou que os conhecidos do casal tentassem buscassem contatar a família da mãe.
“Foi um misto de emoção e tristeza, visto a situação do lugar. Foi emocionante por conta da situação, do cenário e pela criança, tão indefesa, e que nem poderia entender a realidade na qual se encontrava”, finalizou.
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