Novo Anilinas tem velhos problemas em Cubatão

Falta de manutenção estraga reforma, que nem terminou

Por: Da Redação  -  17/11/18  -  09:48
Prefeitura diz ter recuperado e pintado a estrutura metálica, o gradil e a estrutura da entrada
Prefeitura diz ter recuperado e pintado a estrutura metálica, o gradil e a estrutura da entrada   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Após R$ 30 milhões investidos em uma obra iniciada na gestão anterior e ainda não concluída, o Parque Novo Anilinas, no Centro de Cubatão, sofre com falta de manutenção e adiamento do restauro de seus elementos históricos. A Prefeitura estuda uma parceria público-privada para o local, incluídos o espaço multimídia e a praça de alimentação. Enquanto isso, serviços pontuais são feitos, como a repintura do portal de entrada.


Na área, de 50 mil metros quadrados, veem-se bancos quebrados, infiltrações em construções e sujeira. A fonte na entrada, suja, foi desligada. Lixeiras foram alvo de vandalismo e não tiveram reposição.


Mesmo áreas recuperadas recentemente denotam abandono. É o caso da Capela de São Lázaro, restaurada em 2014. O oratório, que abrigava uma imagem trazida de Portugal, não exibe nem sequer as cores com as quais foi repintada.


A situação é parecida nas habitações remanescentes da vila operária da extinta Companhia Anilinas de Productos Chímicos do Brasil, que ajudou a ditar o ritmo da industrialização de Cubatão. Erguidos em 1908, os imóveis foram tombados em nível municipal e abrigam serviços públicos, como a Secretaria de Cultura.


Outro patrimônio cultural se deteriora: a antiga locomotiva alemã Henchel & Sohm. Fabricada em 1916, foi apreendida pelo Governo brasileiro como compensação pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Rasgada, uma lona não a cobre por inteiro, e a composição acumula água, em um potencial foco de mosquitos.


A recuperação das casas tombadas e do trem estava prevista na terceira fase de reforma do parque – que nunca saiu do papel. Essa etapa ainda previa a instalação de centro multimídia e praça de alimentação. Neste último espaço, uma das salas contém caixas de madeira que guardam centrais de ar condicionado doadas pela Usiminas, após acordo em 2014.


Instalado no primeiro semestre de 2012, o teleférico pouco funcionou: está enferrujando, e se interditaram as estações de embarque e descida.


Munícipes reclamam de que pouco se faz para melhorar as condições do Novo Anilinas. Na sexta-feira (16), pela manhã, equipes da Prefeitura realizavam manutenção, como poda de mato e pintura de gradil. “Essa ação é porque terá evento na próxima semana. O parque estava abandonado”, diz a vendedora Marina Fernandes dos Santos.


Respostas


Em nota, a Prefeitura diz ter recuperado e pintado a estrutura metálica, o gradil e a estrutura em forma de arco na entrada do parque.


Também informa ter reposto os brinquedos danificados e reformado banheiros destruídos por vândalos. Para a recuperação das quadras de esportes, já foi comprado todo o material. A iluminação geral está em licitação.


O Município cita que o parque tem limpeza diária e serviço de roçagem mensal. Também foi recuperada a área dos chafarizes, produziram-se 200 lixeiras para substituição e “estão sendo fabricadas as peças de madeira dos bancos”.


Segundo a Secretaria de Turismo, há orçamento para recuperação e manutenção do teleférico. Obtiveram-se recursos para a recuperação da locomotiva, e se fabrica uma nova estrutura metálica para cobrir o trem.


No caso da praça de alimentação, avalia-se o modelo de concessão. Quanto ao teatro, a Secretaria de Cultura informa que a previsão de entrega das instalações é nos próximos 120 dias.


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